Segundo Fusté, o cenário fiscal está controlado. “A política fiscal começou com uma incrível contenção de gastos e depois relaxou um pouco. No entanto, em termos gerais, o Brasil fez o que deveria ser feito. Parte da fatura já foi quitada”, diz.
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No Brasil, o Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros em 13,75% na última reunião, interrompendo o ciclo de alta da Selic. “O BC sinalizou confiança e seriedade ao mercado ao agir de maneira ágil e eficiente”, diz Fusté.
Selic estável
Na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), o BC sinalizou que ainda vai avaliar se a manutenção da taxa por um período prolongado será suficiente, além de não hesitar em retomar o ciclo de ajuste caso seja preciso. A autarquia também reforçou que irá “perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.”
Mesmo assim, o economista-chefe do Andbank avalia que o BC não deve mais subir as taxas, já que os últimos dados divulgados mostraram deflação mensal. “A Selic em 13,75% é um patamar duro, mas foi suficiente para mostrar uma queda na inflação. No Brasil, precisamos olhar o índice inflacionário mensal anualizado. É nela que a nossa atenção deve estar atenta. Com isso, creio que o Banco Central pode começar a baixar a taxa a qualquer momento.”
O maior desafio para o governo de 2023, segundo ele, é manter a orientação econômica atual e preservar o equilíbrio fiscal. “É preciso mover-se permanentemente em equilíbrio. Uma economia em desequilíbrio leva a outro desequilíbrio e, assim, vai se formando um ciclo. Portanto, o segredo é só um: manter um equilíbrio fiscal e monetário.”
Juros nos EUA
Os investidores em todo o mundo vêm seguindo atentamente a trajetória dos juros nos Estados Unidos. O Fed, o banco central norte-americano, tem elevado os juros de maneira agressiva para conter a inflação, a maior em quatro décadas.
No último dia 21, o Fed elevou sua taxa básica de juros em 0,75 ponto percentual, para um intervalo de 3,00% a 3,25%, e ainda sinalizou mais aumentos até o final deste ano, a fim de combater a alta inflação.
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