Após cinco altas seguidas, Ibovespa abre em queda

7 de outubro de 2022

O Ibovespa iniciou a sessão de hoje (7) em queda de 0,26%, aos 117.261 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). O principal índice da B3, que caminhava para a sua sexta alta consecutiva, foi contaminado pela queda dos futuros de Wall Street.

A atenção dos investidores está voltada para o Payroll. Segundo o relatório divulgado nesta manhã pelo Departamento de Trabalho, os empregadores norte-americanos contrataram mais trabalhadores do que o esperado em setembro, enquanto a taxa de desemprego caiu para 3,5%.

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Ou seja, o mercado de trabalho está apertado. E isso mantém o Federal Reserve (banco central dos EUA) em sua agressiva campanha de aperto da política monetária por um tempo. “Com a divulgação de hoje, a trajetória de altas de 0,75 ponto percentual na taxa de juros não muda e caminhamos para uma taxa terminal projetada em 4,5%”, explica João Beck, economista e sócio da BRA.

O Fed aumentou sua taxa de juros de quase zero no início deste ano para a faixa atual de 3,00% a 3,25%, e no mês passado sinalizou que mais aumentos grandes estavam a caminho este ano.

Os futuros de Wall Street operam em queda por volta das 10h23. O Dow Jones cedia 0,78%, aos 29.747 pontos, o S&P 500 apresentava queda de 1,08%, aos 3.716 pontos, e o Nasdaq cedia 1,59%, aos 11.359 pontos,

Com os investidores em busca de segurança, o dólar subia ligeiramente frente ao real nesta manhã. A moeda norte-americana subia 0,56%, a R$ 5,2385.

Na Ásia, as Bolsas encerraram o dia em queda, em linha com NY. Na China continental as negociações seguem fechadas devido ao feriado. Já em Tóquio, o Nikkei perdeu 0,71%, em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 1,51%. Em Seul, o Kospi caiu 0,22% e em Taiwan, o Taiex teve queda de 1,37%.

Já na Europa, a demanda crescente do consumidor na zona do euro está desempenhando um papel cada vez maior na inflação alta, mostrou um estudo do Banco Central Europeu, sugerindo que, como algumas autoridades do banco temem, as pressões sobre os preços estão se tornando mais arraigadas.

A inflação, que atingiu um recorde de 10%, foi inicialmente impulsionada pelo aumento dos preços de energia, contra os quais a política monetária é amplamente impotente, mas o papel desse choque de oferta agora está desaparecendo, disse o BCE.

Por aqui, o varejo brasileiro registrou em agosto a terceira queda seguida nas vendas e bateu o menor patamar do ano, ainda patinando em meio a um cenário de inflação e juros elevados.

Em agosto, as vendas do setor contraíram 0,1% na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O desempenho do setor varejista brasileiro vem patinando nos últimos meses em um cenário de aperto do crédito e cautela com a inflação. Embora o IPCA tenha registrado em agosto o segundo mês de queda dos preços ao consumidor, isso se deveu principalmente ao impacto do recuo dos custos dos combustíveis.

A maior queda do Ibovespa é da MRV (MRVE3), que cai 3,95%, a R$ 11,91. A construtora suspendeu os planos para um processo de financiamento da Resia, sua subsidiária nos Estados Unidos, via entrada de um investidor, devido a condições de mercado.

O processo será retomado no futuro em um cenário macroeconômico mais favorável, afirmou a construtora em comunicado.

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(Com Reuters)