A moeda norte-americana à vista fechou em alta de 2,94%, a R$ 5,3012, maior valorização diária desde 22 de abril passado (+4,07%) e patamar de encerramento mais alto desde segunda-feira passada (5,3014 reais). O real teve, de longe, o pior desempenho entre uma cesta das principais divisas globais nesta sessão.
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Na B3, às 17:22 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 2,67%, a 5,3085 reais.
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Semana eleitoral
Aumentando as tensões políticas antes da eleição de 30 de outubro, o ex-deputado federal Roberto Jefferson foi detido ontem (23) após receber com tiros e granadas agentes da Polícia Federal que cumpriam ordem de prisão dada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. Jefferson, aliado do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), foi indiciado hoje pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio.
“Parte do mercado entende que eventos envolvendo Roberto Jefferson podem trazer impactos significativos para as eleições, com a possível pausa do crescimento de Bolsonaro nas pesquisas e potencial impacto sobre os indecisos”, disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital. “Neste contexto, Lula estaria mais próximo de levar o pleito e a nebulosidade acerca da política fiscal volta a assustar o investidor doméstico.”
Dólar em alta
Embora tenha sido amplificada no Brasil pelas tensões locais, a alta do dólar não foi isolada, com um índice que compara a divisa norte-americana a seis pares fortes ganhando 0,14% nesta tarde. Ao mesmo tempo, várias moedas emergentes ou sensíveis às commodities apresentaram forte queda no dia, com peso chileno, rand sul-africano, dólar australiano e iuan chinês perdendo de 1% a 1,7%.
Investidores mostraram hoje alguma preocupação com a economia da China, que, embora tenha se recuperado mais do que o esperado no terceiro trimestre, ainda enfrenta desafios em várias frentes, como uma crise imobiliária cada vez mais profunda e os riscos de recessão global.
(com Reuters)
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