Compreendo a hesitação, principalmente no caso de investidores menos experientes, contudo, quero te chamar atenção para um raciocínio que, se você não fez ainda, convém fazer. E para te ajudar nisso, vou falar de dois cenários de investimentos onde o peso de suas escolhas é mais relevante do que o resultado das urnas.
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Cenário 1:
O mesmo se aplica à sua reserva de emergência ou metas de um ano ou menos. Nestes casos, o dinheiro precisa estar no Tesouro Selic ou em um CDB com liquidez diária que pague 100% do CDI, não havendo quaisquer medidas que você possa tomar para acompanhar o ritmo do mercado ditado pelo resultado eleitoral, pelo menos para este investimento específico.
Cenário 2:
Agora, vamos imaginar que o dinheiro que você irá investir é para longo prazo, algo a partir de oito ou dez anos. Talvez sua aposentadoria, ou uma mudança de cidade ou até de país, enfim, algo que demande tempo para que a soma de aportes e juros compostos propiciem o crescimento patrimonial compatível com o custo projetado para a sua meta.
É bastante provável que seus aportes visando esta meta estejam sendo feitos em ações, fundos de ações, ou outras estratégias combinando classes de ativos mais arrojadas e com potencial de ganhos expressivos no longo prazo.
Presumo que sua resposta a essas questões seja ‘não’, entretanto, você segue com seu plano de investimento, não é mesmo?
E está correto em fazê-lo, afinal, no longo prazo, o efeito da volatilidade do mercado será diluída e, em linhas gerais, serão a constância de aportes nessa linha de tempo ampliada, o balanceamento da carteira e os juros compostos que proporcionarão resultados consistentes, a despeito do mandatário que esteja ocupando o Palácio do Planalto.
Mandatos mudam a cada quatro anos, seus planos não.
Mesmo que você pudesse saber de antemão o nome do Presidente da República daqui a 8 anos, acredito que seus investimentos de hoje não seriam pautados nesta informação, pelo simples fato de que não é isso que irá definir a viabilidade de seu portfólio.
O presidente que se eleger no próximo domingo terá seu mandato terminando daqui a quatro anos. Investimentos de longo prazo têm duração de dez, quinze ou até mais anos e é exatamente essa assimetria que possibilita controle de riscos e tranquilidade em momentos de turbulência política.
É claro que uma eleição presidencial tem importância e a equipe econômica escolhida influenciará a saúde financeira do país, o poder de compra da população, grau de confiança dos investidores internacionais e muito mais. Não é pouca coisa, porém, como investidor, sua estratégia de longo prazo é mais importante do que um mandato presidencial.
Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.
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