Ibovespa acompanha Wall Street e fecha em queda; dólar sobe

11 de outubro de 2022

O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (11) com desvalorização de 0,96%, aos 114.827 pontos, cravando a sua terceira queda consecutiva. O principal índice da Bolsa brasileira foi contaminado pelo desempenho negativo dos principais índices de Wall Street, que fecharam majoritariamente em queda. Por lá, investidores esperam por resultados corporativos em meio ao aumento dos juros e à alta inflação.

Na sexta-feira, os grandes bancos norte-americanos divulgarão seus resultados trimestrais, o que pode trazer um diagnóstico sobre a saúde da economia dos Estados Unidos.

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Em meio a dados recentes sobre o mercado de trabalho e inflação sugerindo mais altas de juros pelo Federal Reserve (banco central dos EUA), o sentimento é de temor de que a economia entre em recessão. Como resultado, os principais índices de Wall Street apresentaram uma série de quedas nas últimas sessões.

Além disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou sua previsão de crescimento global para 2023 e vê o crescimento dos EUA este ano em apenas 1,6%, um rebaixamento de 0,7 ponto percentual em relação ao prognóstico de julho, refletindo uma inesperada contração do PIB no segundo trimestre.

Amanhã (12) a espera é pela ata do Fomc, com investidores em busca de mais pistas sobre a condução da política monetária no país.

Na sessão de hoje, o S&P 500 caiu 0,65%, aos 3.588 pontos – o que marca sua quinta queda consecutiva. O Nasdaq teve desvalorização de 1,10%, aos 10.426 pontos. A exceção ficou para o Dow Jones, que teve leve alta de 0,12%, aos 29.239 pontos.

E o dólar acelerou alta. A moeda norte-americana teve forte valorização de 1,57%, cotada a R$ 5,2716. Segundo Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest, a atenção também se voltou ao comentário de Loretta J. Mester, presidente do Fed de Cleveland.

Mester disse que não prevê cortes dos juros americanos em 2023, o que indica que há uma percepção pior da inflação por parte do Fed.

“Com isso, os juros americanos subiram no mercado secundário, o que fez com que o dólar subisse em relação ao real. O mercado está muito dependente das falas dos membros do Fed, e isso amplifica a volatilidade. O real tende a se antecipar”, explica a economista.

No cenário doméstico, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou 0,29% em setembro, de acordo com o IBGE.

A expectativa do mercado, no entanto, era de uma redução de 0,34%, segundo analistas consultados pela Reuters. O ritmo de recuo vem perdendo força depois de quedas de 0,68% em julho e 0,36% em agosto.

Para Ricardo Jorge, especialista em renda fixa da Quantzed, é possível que o Brasil tenha mais um ou dois meses de deflação dependendo do nível de desaceleração da economia mundial.

“É preciso ficar de olho na política monetária nos EUA e Europa. Essa política agressiva tende a diminuir a inflação global e isso certamente irá beneficiar a nossa inflação aqui. Eu não acredito em recorrência de mais meses de deflação”, diz Jorge.

No Ibovespa, a maior queda do dia ficou para a Locaweb (LWSA3). Após rali de cinco sessões, os papéis da empresa caíram 6,92%, a R$ 9,95. Em seguida aparecem as ações da Qualicorp (QUAL3), que recuaram 5,57%, a R$ 8,64.

Já a maior alta ficou para a Braskem (BRKM5), com valorização de 20,40%, a R$ 33,58. O avanço ocorre após a notícia, não confirmada pela empresa, de que haveria uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os papéis.

De acordo com a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a gestora de recursos americana Apollo teria elevado sua oferta em 25%, a R$ 50 por ação.

(Com Reuters)

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