Sem registrar alta desde a última sexta-feira (7), o Ibovespa cravou sua quinta queda consecutiva no pregão de hoje (14), com desvalorização de 1,95%, aos 112.072 pontos. Na semana, o principal índice da B3 teve queda de 4%.
As dúvidas sobre o desfecho eleitoral no país e a pressão nos principais índices em Wall Street contaminaram o Ibov. Nos Estados Unidos, os receios sobre o ritmo da economia seguem no radar, enquanto investidores digerem a inflação acima do esperado divulgada ontem (13) e avaliam o começo da divulgação de resultados do terceiro trimestre, que como sempre foi inaugurada pelos bancos norte-americanos.
Os participantes do mercado estão acompanhando de perto a temporada de resultados em busca de qualquer indício de impactos nos lucros corporativos de preços mais altos e aumentos agressivos de juros pelo Federal Reserve.
JP Morgan, Morgan Stanley, Citigroup Inc e Wells Fargo & Co relataram queda no lucro líquido, já que a instabilidade nos mercados prejudicou a atividade dos bancos de investimentos e os credores reservaram mais fundos para cobrir calotes em pagamentos de empréstimos.
“Os resultados ruins colaboram para o pessimismo nas Bolsas”, explica Fabio Louzada, economista e analista da Eu me Banco.
Além disso, dados desta manhã mostraram que as vendas no varejo dos EUA ficaram inesperadamente inalteradas em setembro, uma vez que a inflação elevada e o rápido aumento da taxa de juros provocaram queda da demanda por bens.
Um dado mais fraco poderia acalmar temores de que o banco central norte-americano será muito agressivo em seu atual ciclo de aumento de juros conforme tenta domar a inflação mais alta em décadas.
Em meio a esse cenário, os principais índices de Nova York despencaram. O Dow Jones recuou 1,32%, aos 29.643 pontos, o S&P 500 caiu 2,34%, aos 3.584 pontos, e o Nasdaq cedeu 3,08%, aos 10.321 pontos.
Os preços do petróleo caíram mais de 3%, com os temores de recessão global e a fraca demanda por petróleo, especialmente na China, superando o apoio de um grande corte na meta de oferta da Opep+. O WTI teve recuo de 3,93%, a US$ 85,61, e o Brent -3,11%, a US$ 91,63.
Essa queda trouxe impactos para as ações de petrolíferas no Ibovespa. 3R Petroleum (RRRP3) caiu 6,25%, a R$ 40,25. Petrobras (PETR3; PETR4) caíram 1,95% e 1,53%, respectivamente.
No entanto, elas não foram a maior queda do dia. O posto ficou para a varejista Magazine Luiza (MGLU3), que cedeu 11,08%, ao lado de Americanas (AMER3), com queda de 8,45%, e Via (VIIA3), com recuo de 7,12%.
Na agenda econômica doméstica, reforçando o cenário de resiliência da economia, dados do IBGE, divulgados durante a manhã, mostraram que o setor de serviços brasileiro seguiu em ritmo firme em agosto, com alta no volume de vendas pelo quarto mês seguido e acima do esperado.
No mês, o volume de serviços registrou alta de 0,7% na comparação com julho, em resultado que foi melhor do que a expectativa em pesquisa da Reuters de ganho de 0,2%.
Nos quatro meses seguidos de ganhos, o avanço acumulado chegou a 3,3% e com isso o setor opera 10,1% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020. Também reduziu para 0,9% a distância em relação ao pico da série histórica, alcançado em novembro de 2014. (Com Reuters)