Ibovespa volta aos 112 mil pontos em dia de Copom

O Ibovespa encerrou o pregão de hoje (26) em queda de 1,62%, aos 112.764 pontos e, com isso, o principal índice da Bolsa brasileira cravou a sua terceira desvalorização consecutiva. Por aqui, investidores aguardam a decisão de política monetária.

As atenções, no entanto, estarão voltadas para o comunicado da autarquia, já que a expectativa é que não haja, novamente, uma mudança na taxa Selic — atualmente em 13,75% ao ano.

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“O tom do comunicado reforçará cautela, mais ainda em tempos eleitorais, sem abrir precedentes para o debate de futura redução que o mercado espera ocorrer até o segundo trimestre de 2023”, analisa João Beck, economista e sócio da BRA.

Segundo o especialista, o BC está de olho na redução da expectativa de inflação para 2024 e, enquanto essa ancoragem não ocorrer, não deve abrir nenhum precedente no comunicado.

Investidores também continuam ajustando posições a poucos dias do desfecho da eleição presidencial, com pesquisas mostrando uma disputa acirrada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Entre os indicadores econômicos, o Brasil abriu mais vagas formais de trabalho em setembro do que o esperado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado hoje pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O saldo positivo de 278.085 empregos formais do mês passado foi fruto de 1,927 milhão de admissões e 1,648 milhão de desligamentos.

Por aqui, das principais ações que compõem o índice Bovespa, apenas Weg (WEGE3), SLC Agrícola (SLCE3) e Vale (VALE3) fizeram um pregão com ganhos mais expressivos.

“Elas evitaram uma queda mais acentuada do índice”, diz Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora. Os papéis subiram 8,36%, 2,48% e 2,22%, respectivamente.

O salto da fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg foi reflexo da alta de 42,5% no lucro líquido do terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.

O lucro líquido da empresa alcançou R$ 1,16 bilhão no trimestre, acima da estimativa média do mercado de R$ 977,6 milhões, segundo consenso Refinitiv.

Na outra ponta, as perdas foram bem mais acentuadas. O papel da Locaweb (LWSA3) foi a maior desvalorização do dia, com recuo de 10,12%, a R$ 9,33.

O Magazine Luiza (MGLU3) aparece em seguida, com recuo de 8,86%, acompanhado de Positivo (POSI3) e CVC (CVCB3), que caíram 8,56% e 7,62%.

“O dia de hoje trouxe um sentimento de cautela, com os investidores atentos ao Copom, corrida presidencial e a temporada de resultados do terceiro trimestre, que podem pautar a tomada de risco na medida em que o mercado pode confirmar ou não suas teses de investimento”, acrescenta Checchi.

No exterior, Wall Street não mostrou uma única direção, com o S&P 500 encerrando o pregão praticamente estável (+0,01%), enquanto o Dow Jones registrou desvalorização de 0,74%, aos 3.830 pontos.

O Nasdaq, no entanto, teve uma queda mais expressiva. Pressionado pelos resultados de empresas como Microsoft e Alphabet, o índice caiu 2,04%, aos 10.970 pontos.

O dólar ganhou força frente ao real e valorizou 1,18%, a R$ 5,3806, reforçando a percepção de aversão a risco.

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Com Reuters