Na primeira vez que o IPCA marca três quedas seguidas desde 1998, o resultado levou a taxa acumulada em 12 meses abaixo de 8%, o que não acontecia desde abril de 2021.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
O ritmo de recuo, entretanto, vem perdendo força depois de quedas de 0,68% em julho e 0,36% em agosto do índice que serve de baliza para a meta oficial.
Ainda assim, a inflação em 12 meses seguiu em um dígito ao desacelerar a 7,17%, de 8,73% em agosto. A meta oficial para o aumento dos preços este ano é de 3,5%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, alvo já abandonado pelo Banco Central.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 0,34% na comparação mensal e de alta de 7,10% em 12 meses.
Com deflação de 1,98%, Transportes apresentou o terceiro mês seguido de queda. Os preços da gasolina caíram 8,33% em setembro, enquanto etanol teve queda de 12,43%, óleo diesel caiu 4,57% e gás veicular ficou 0,23% mais barato.
“O etanol, mesmo tendo um preço livre, acaba acompanhando a gasolina, pois é um produto substituto”, explicou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Já o grupo alimentação e bebidas passou a cair 0,51% em setembro, depois de alta de 0,24% em agosto, puxado pela alimentação no domicílio (-0,86%).
O leite longa vida, cujos preços caíram 13,71% em setembro, deu a maior contribuição para o resultado do grupo, depois de ter subido forte este ano, segundo o IBGE, por conta da entressafra e da guerra na Ucrânia. Ainda assim, o produto tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses.
Na outra ponta, Vestuário e Despesas Pessoais registraram as maiores altas no mês, respectivamente de 1,77% e 0,95%.
Os dados do IBGE apontam ainda que o índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, caiu a 62% em setembro, de 65% no mês anterior.
A autoridade monetária deixou claro, entretanto, que não hesitará em retomar as altas nos juros se a redução da inflação não transcorrer como o esperado.
Cenário de referência do BC aponta para uma inflação de 5,8% em 2022 e 4,6% em 2023, enquanto o mercado calcula respectivamente taxas de 5,71 e 5,00%, segundo a última pesquisa Focus.
Embora a inflação dê indícios de estar controlada em meio às medidas tributárias recentes adotadas pelo governo, para o ano que vem o BC afirmou que a probabilidade de estouro da meta subiu de 29% para 46%, citando elevação das projeções de mercado, “possivelmente refletindo uma persistência da inflação de serviços”.
>> Inscreva-se ou indique alguém para a seleção Under 30 de 2022