Em seu Relatório de Estabilidade Financeira, que leva em conta dados do primeiro semestre deste ano, o BC mostrou que o lucro líquido do sistema foi de R$ 138 bilhões nos 12 meses encerrados em junho, 5% superior ao registrado em 2021 e 20% acima do observado nos 12 meses encerrados em junho do ano passado.
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De acordo com o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, o crédito bancário para pessoas físicas manteve alto ritmo de crescimento, sobretudo no crédito não consignado e no cartão de crédito –linhas que têm taxas de juros mais elevadas.
“A materialização de risco aumentou em razão de concessões mais arriscadas em trimestres anteriores e deve permanecer ainda alto, na avaliação do BC, devido à manutenção do apetite a risco das instituições financeiras, principalmente nos créditos às famílias e microempresas”, disse.
Segundo o diretor, o BC vem alertando o sistema bancário para que continue buscando a qualidade das concessões de empréstimos porque foi observado “um aumento do crédito problemático” nas linhas não consignadas, de cartão de credito e para compra de veículos.
O governo federal projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil crescerá 2,5% em 2023, dado que não encontra respaldo de analistas de mercado. Segundo o mais recente boletim Focus, a projeção de crescimento em 2023 está em 0,64%. A estimativa do BC para o ano que vem está em 1,0%.
No caso do cartão de crédito, Souza ressaltou que o volume de ativos considerados problemáticos já supera o registrado no período anterior à pandemia de Covid-19.
Riscos
O diretor explicou que a análise de ativos problemáticos aponta riscos para o sistema antes mesmo de a inadimplência ser materializada.
“Análises realizadas pelo BC indicam que não há risco relevante para a estabilidade financeira”, disse.
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