Nenhuma dessas ambições é nova. Todas já estão em desenvolvimento por meio de empresas das quais Musk é dono ou tem grande participação: caso da SpaceX enviando foguetes para o espaço, da montadora Tesla desenvolvendo um robô humanoide e da Neuralink avançando nos chips cerebrais.
Recentemente, Musk mergulhou em mais uma empreitada ao adquirir a rede social Twitter. Por US$ 44 bilhões (preço que o mercado considerou exagerado), o bilionário quer transformar a companhia em um “aplicativo que faz tudo”, de enviar mensagens a pagamentos e processar transações no comércio eletrônico, algo que ele estaria desenvolvendo há pelo menos duas décadas.
Musk está presente nas principais indústrias e projetos de avanços tecnológicos globais. De acordo com levantamento feito pela consultoria CB Insights, são oito áreas que o bilionário está conquistando com o objetivo de dominar os setores.
Oito setores em que Elon Musk está inserido:
- Automotivo
- Aeroespacial
- Telecomunicações
- Energia solar
- Transporte
- Infraestrutura
- Inteligência Artificial
- Saúde
As empresas do bilionário que operam nessas frentes são Tesla, SpaceX, SolarCity, The Boring Company, OpenAI, Neuralink e – agora – Twitter.
1. Automotivo
No entanto, a montadora vai além dos veículos. Ela vem desenvolvendo tecnologia robótica avançada. Neste ano, Elon Musk apresentou o Optimus, um robô humanoide que vai substituir pessoas que executam atividades perigosas ou maçantes. “O Optimus será mais importante para os negócios da Tesla do que os carros”, disse o bilionário. A apresentação do robô foi apenas virtual, mas o objetivo é iniciar as vendas entre três e cinco anos.
2. Aeroespacial
A SpaceX foi fundada em 2002 para tornar a humanidade multi-planetária. A página da empresa na internet traz uma citação do bilionário que resume seus objetivos:
“Trata-se de acreditar no futuro e pensar que ele será melhor que o passado. E não consigo pensar em nada mais emocionante do que sair por aí e estar entre as estrelas.”
Em seu histórico já constam feitos, como ter sido a primeira empresa privada a enviar astronautas para a órbita da Terra e a realizar um voo espacial com a participação de civis. Também foi o segundo maior unicórnio do mundo, tendo sido avaliada em US$ 127 bilhões antes da abertura de capital, perdendo apenas para os US$ 140 bilhões da ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok.
Atualmente a empresa opera com dois foguetes. Um deles é o Falcon 9, que transporta astronautas da Nasa para a Estação Espacial Internacional. Outro é o Falcon Heavy, usado para lançar cargas mais pesadas, ou para órbitas mais distantes. A companhia também está desenvolvendo o Starship, uma nave capaz de se tornar o foguete reutilizável mais potente do mundo, superando o Falcon Heavy.
3. Telecomunicações
A dificuldade do projeto são os custos de lançar satélites. A SpaceX já conseguiu baratear um lançamento para cerca de US$ 62 milhões, ante US$ 165 milhões dos concorrentes. A empresa de Elon Musk tem autorização para lançar 11.943 satélites e já possui cerca de 3 mil em órbita.
4. Energia solar
Nada de combustíveis fósseis. Para Musk, a energia do futuro vem do sol. Em 2004 ele fundou a SolarCity, que cria e vende painéis solares, com a meta de transformá-la na principal fornecedora residencial dos Estados Unidos. A empreitada não foi bem sucedida e, em 2016, a empresa foi adquirida pela Tesla por US$ 2,6 bilhões.
5. Transportes
Há dez anos Elon Musk falou pela primeira vez sobre o hyperloop – um trem de alta velocidade que se movimenta com levitação magnética por meio de tubos. Testes de viabilidade e de custos, realizados juntamente com a Tesla e a SpaceX, mostraram que o trem seria capaz de percorrer 50 quilômetros em apenas 2,5 minutos. Isso reduz o tempo de uma viagem de 6 horas para 30 minutos. O custo seria de US$ 20 por trecho.
Musk não ficou animado, mas o governo americano ficou. A proposta do hyperloop está sob a jurisdição da Administração Ferroviária Federal dos EUA e é elegível para concessões ferroviárias. A empresa de Musk responsável pelo projeto é a The Boring Company. Em 2022, ela captou US$ 675 milhões e o bilionário afirmou que tentará tirar a ideia do papel “nos próximos anos”.
A The Boring Company também quer descongestionar a infraestrutura construindo túneis para o transporte rápido e barato de produtos e pessoas. Musk disse que isso é uma solução para o “tráfego destruidor de almas”. Porém, isso é caro e demorado. O custo varia de US$ 100 milhões (R$ 516 milhões) até US$ 1 bilhão (R$ 5,16 bilhões) por milha (1,6 quilômetro).
As máquinas de perfuração tradicionais levam de 8 a 12 semanas para escavar uma milha, mas a The Boring Company afirma ter reduzido esse valor para US$ 10 milhões e baixado o tempo de perfuração para uma semana. A startup irá conduzir um projeto de rede de túneis de 46 quilômetros em Las Vegas. O objetivo é conectar 51 estações subterrâneas e transportar 57 mil passageiros por hora.
7. Inteligência Artificial
A OpenAI trabalha neste segundo aspecto, mas sua operação não é como o cenário de um filme de ficção científica. O burburinho atual em torno da inteligência artificial é sobre a IA generativa, que é a inteligência que gera conteúdo novo, como códigos, textos e fotos, em vez de apenas analisar ou agir com base em dados existentes.
Recentemente, a OpenAI fechou uma parceria com a plataforma de fotos Shutterstock para vender imagens geradas por seus sistemas. Outro avanço de Musk nesse sentido é com o robô da Tesla. O Optimus deverá caminhar, agachar, pegar, apertar e levantar objetos por meio de IA.
8. Saúde
As ambições do bilionário também envolvem a medicina. De acordo com Musk, a Neuralink será capaz de “corrigir” problemas no cérebro com o implante. A nova tecnologia promete curar doenças como paralisias e até depressão “de dentro para fora”.
“Substituir neurônios defeituosos por circuitos [novos] é a maneira certa de pensar a respeito. Muitos problemas podem ser resolvidos apenas ligando os sinais entre os neurônios existentes”, segundo o próprio Musk.
Até o momento, a Neuralink teve autorização somente para testes em animais. As experiências com os macacos, por exemplo, mostraram o animal jogando videogame com a mente após ter recebido o implante há 6 semanas. Para este ano, a empresa de Elon Musk espera a liberação para testes em humanos.