Elon Musk está a caminho de dominar oito setores da economia

8 de novembro de 2022
Anadolu Agency/Getty Images

Elon Musk trabalha nos principais desafios tecnológicos mundiais

Homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 202,8 bilhões pela Forbes, Elon Musk tem planos de colonizar o planeta Marte, ligar cérebros humanos a computadores e criar o melhor sistema de inteligência artificial do mundo.

Nenhuma dessas ambições é nova. Todas já estão em desenvolvimento por meio de empresas das quais Musk é dono ou tem grande participação: caso da SpaceX enviando foguetes para o espaço, da montadora Tesla desenvolvendo um robô humanoide e da Neuralink avançando nos chips cerebrais.

Recentemente, Musk mergulhou em mais uma empreitada ao adquirir a rede social Twitter. Por US$ 44 bilhões (preço que o mercado considerou exagerado), o bilionário quer transformar a companhia em um “aplicativo que faz tudo”, de enviar mensagens a pagamentos e processar transações no comércio eletrônico, algo que ele estaria desenvolvendo há pelo menos duas décadas.

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Musk está presente nas principais indústrias e projetos de avanços tecnológicos globais. De acordo com levantamento feito pela consultoria CB Insights, são oito áreas que o bilionário está conquistando com o objetivo de dominar os setores.

Oito setores em que Elon Musk está inserido:

  1. Automotivo
  2. Aeroespacial
  3. Telecomunicações
  4. Energia solar
  5. Transporte
  6. Infraestrutura
  7. Inteligência Artificial
  8. Saúde

As empresas do bilionário que operam nessas frentes são Tesla, SpaceX, SolarCity, The Boring Company, OpenAI, Neuralink e – agora – Twitter.

1. Automotivo

A Tesla foi fundada por Musk em 2003 para buscar a transição para a energia sustentável e também para avançar na produção de veículos autônomos. Ela já é uma das líderes em carros elétricos e seus produtos já oferecem recursos como direção automática e estacionamento sem manobrista. A condução totalmente autônoma, sem a necessidade de um motorista, ainda não está disponível.

No entanto, a montadora vai além dos veículos. Ela vem desenvolvendo tecnologia robótica avançada. Neste ano, Elon Musk apresentou o Optimus, um robô humanoide que vai substituir pessoas que executam atividades perigosas ou maçantes. “O Optimus será mais importante para os negócios da Tesla do que os carros”, disse o bilionário. A apresentação do robô foi apenas virtual, mas o objetivo é iniciar as vendas entre três e cinco anos.

2. Aeroespacial

A SpaceX foi fundada em 2002 para tornar a humanidade multi-planetária. A página da empresa na internet traz uma citação do bilionário que resume seus objetivos:

“Trata-se de acreditar no futuro e pensar que ele será melhor que o passado. E não consigo pensar em nada mais emocionante do que sair por aí e estar entre as estrelas.”

Em seu histórico já constam feitos, como ter sido a primeira empresa privada a enviar astronautas para a órbita da Terra e a realizar um voo espacial com a participação de civis. Também foi o segundo maior unicórnio do mundo, tendo sido avaliada em US$ 127 bilhões antes da abertura de capital, perdendo apenas para os US$ 140 bilhões da ByteDance, empresa chinesa dona do TikTok.

Atualmente a empresa opera com dois foguetes. Um deles é o Falcon 9, que transporta astronautas da Nasa para a Estação Espacial Internacional. Outro é o Falcon Heavy, usado para lançar cargas mais pesadas, ou para órbitas mais distantes. A companhia também está desenvolvendo o Starship, uma nave capaz de se tornar o foguete reutilizável mais potente do mundo, superando o Falcon Heavy.

3. Telecomunicações

A meta do Starlink, uma subsidiária da SpaceX, é expandir a internet via satélite para fornecer conexão banda larga de alta potência a locais de difícil acesso. Recentemente, o Starlink ganhou os noticiários ao fazer parte do sistema de navegação das tropas ucranianas na guerra contra a Rússia.

A dificuldade do projeto são os custos de lançar satélites. A SpaceX já conseguiu baratear um lançamento para cerca de US$ 62 milhões, ante US$ 165 milhões dos concorrentes. A empresa de Elon Musk tem autorização para lançar 11.943 satélites e já possui cerca de 3 mil em órbita.

4. Energia solar

Nada de combustíveis fósseis. Para Musk, a energia do futuro vem do sol. Em 2004 ele fundou a SolarCity, que cria e vende painéis solares, com a meta de transformá-la na principal fornecedora residencial dos Estados Unidos. A empreitada não foi bem sucedida e, em 2016, a empresa foi adquirida pela Tesla por US$ 2,6 bilhões.

Com a compra, o bilionário uniu os negócios da Tesla com os da SolarCity e criou o Tesla “Solar Roof”, uma solução que une energia solar residencial aos equipamentos de carga dos veículos elétricos. De janeiro a setembro, a Tesla implantou 94 megawatts de capacidade de geração de energia solar, um aumento de 13% em relação aos 83 megawatts do mesmo período do ano passado.

5. Transportes

Há dez anos Elon Musk falou pela primeira vez sobre o hyperloop – um trem de alta velocidade que se movimenta com levitação magnética por meio de tubos. Testes de viabilidade e de custos, realizados juntamente com a Tesla e a SpaceX, mostraram que o trem seria capaz de percorrer 50 quilômetros em apenas 2,5 minutos. Isso reduz o tempo de uma viagem de 6 horas para 30 minutos. O custo seria de US$ 20 por trecho.

Musk não ficou animado, mas o governo americano ficou. A proposta do hyperloop está sob a jurisdição da Administração Ferroviária Federal dos EUA e é elegível para concessões ferroviárias. A empresa de Musk responsável pelo projeto é a The Boring Company. Em 2022, ela captou US$ 675 milhões e o bilionário afirmou que tentará tirar a ideia do papel “nos próximos anos”.

6. Infraestrutura

A The Boring Company também quer descongestionar a infraestrutura construindo túneis para o transporte rápido e barato de produtos e pessoas. Musk disse que isso é uma solução para o “tráfego destruidor de almas”. Porém, isso é caro e demorado. O custo varia de US$ 100 milhões (R$ 516 milhões) até US$ 1 bilhão (R$ 5,16 bilhões) por milha (1,6 quilômetro).

As máquinas de perfuração tradicionais levam de 8 a 12 semanas para escavar uma milha, mas a The Boring Company afirma ter reduzido esse valor para US$ 10 milhões e baixado o tempo de perfuração para uma semana. A startup irá conduzir um projeto de rede de túneis de 46 quilômetros em Las Vegas. O objetivo é conectar 51 estações subterrâneas e transportar 57 mil passageiros por hora.

7. Inteligência Artificial

Elon Musk afirma que sistemas de Inteligência Artificial (IA) podem substituir os humanos em uma série de atividades. “Dentro de 20 anos não haverá pessoas ao volante. Simplesmente não haverá volante”, disse o bilionário em um evento da Tesla. Para ele, ou a humanidade vai acabar sob o domínio de IAs superinteligentes ou dominamos a tecnologia para o controle e correção de falhas.

A OpenAI trabalha neste segundo aspecto, mas sua operação não é como o cenário de um filme de ficção científica. O burburinho atual em torno da inteligência artificial é sobre a IA ​​generativa, que é a inteligência que gera conteúdo novo, como códigos, textos e fotos, em vez de apenas analisar ou agir com base em dados existentes.

Recentemente, a OpenAI fechou uma parceria com a plataforma de fotos Shutterstock para vender imagens geradas por seus sistemas. Outro avanço de Musk nesse sentido é com o robô da Tesla. O Optimus deverá caminhar, agachar, pegar, apertar e levantar objetos por meio de IA.

8. Saúde

Para sobreviver a esse avanço da inteligência artificial, Musk defende que os humanos devem saber se comunicar com as máquinas. Para isso, em 2016 o bilionário criou a Neuralink, um projeto que pretende construir uma interface cérebro-computador (BCI). Essa interface é por meio de implantes cerebrais, com chips de eletrodos implantados cirurgicamente diretamente no cérebro. Os eletrodos captam a atividade elétrica dos neurônios e as transmitem para um computador.

As ambições do bilionário também envolvem a medicina. De acordo com Musk, a Neuralink será capaz de “corrigir” problemas no cérebro com o implante. A nova tecnologia promete curar doenças como paralisias e até depressão “de dentro para fora”.

“Substituir neurônios defeituosos por circuitos [novos] é a maneira certa de pensar a respeito. Muitos problemas podem ser resolvidos apenas ligando os sinais entre os neurônios existentes”, segundo o próprio Musk.

Até o momento, a Neuralink teve autorização somente para testes em animais. As experiências com os macacos, por exemplo, mostraram o animal jogando videogame com a mente após ter recebido o implante há 6 semanas. Para este ano, a empresa de Elon Musk espera a liberação para testes em humanos.

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