Em seu boletim macrofiscal, que revisa bimestralmente as estimativas do governo para parâmetros econômicos que são usados no acompanhamento orçamentário, a SPE argumentou que suas últimas publicações já alertavam para o risco de uma deterioração no cenário internacional, o que poderia afetar o crescimento brasileiro.
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Mesmo com a redução, a estimativa do Ministério da Economia para 2023 segue bem mais otimista do que a visão de mercado. No mais recente boletim Focus, do Banco Central, analistas apontam para um crescimento de 2,7% neste ano, recuando para apenas 0,7% em 2023.
A piora na atividade econômica impacta diretamente as contas públicas, que já vivem momento de incerteza para o próximo ano em meio à tentativa do governo eleito de ampliar gastos por fora da contabilidade das regras fiscais.
Uma atividade menos aquecida reflete nas contas do governo ao deteriorar a arrecadação tributária, gerando uma piora do resultado primário.
Inflação
Em relação à inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a previsão da equipe econômica caiu para 5,8% em 2022, contra 6,3% da projeção feita em setembro. Para 2023, o patamar foi elevado de 4,5% para 4,6%.
De acordo com projeção do mercado apresentada no boletim Focus, o IPCA deve encerrar 2022 em 5,8%, próximo à visão do governo. Para 2023, a projeção de mercado está em 4,9%, maior que a estimativa oficial.
O centro da meta de inflação é de 3,5% neste ano e 3,2% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Na revisão das projeções, a estimativa para o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que é atualmente usado para corrigir o salário mínimo e outras despesas do governo, ficou em 6% para este ano, contra 6,5% antes. Em 2023, a estimativa foi de 4,8% para 4,9%.
A apresentação dos dados pela SPE é usualmente seguida de uma entrevista coletiva à imprensa, o que não ocorreu nesta divulgação, a primeira após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais. Desde o resultado do pleito, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também não fez declarações públicas.
As previsões apresentadas nesta quinta serão usadas como base para os cálculos do relatório bimestral de receitas e despesas, a ser divulgado na próxima semana, que avalia o cumprimento da meta fiscal e do teto de gastos.