Ibovespa abre em alta com apoio de mineradoras

29 de novembro de 2022

O principal índice da Bolsa brasileira iniciou os primeiros negócios de hoje (29) em alta de 0,53%, aos 109.354 pontos, por volta das 10h15 (horário de Brasília). O Ibovespa opera em linha com seus pares globais, que refletem as sinalizações do governo chinês de que pode flexibilizar sua política de Covid-zero.

As maiores altas desta manhã são das ações das mineradoras, após os contratos futuros de minério de ferro subirem nesta terça-feira, com a referência na bolsa de Dalian atingindo seu nível mais alto em 23 semanas, sustentados por medidas da China (a maior produtora mundial de aço) para intensificar o apoio a incorporadoras imobiliárias em dificuldades.

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

Por aqui, investidores também repercutem a PEC da Transição, além da expectativa sobre a equipe ministerial do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Ontem (28), a Proposta de Emenda à Constituição foi protocolada no Senado, com prazo de quatro anos e exceção ao teto de até R$ 198 bilhões.

Entre os indicadores econômicos, a Fundação Getulio Vargas divulgou nesta manhã que a deflação do Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) perdeu força em novembro. Segundo a FGV, o índice caiu 0,56%, depois de ter recuado 0,97% no mês anterior, com pressão dos preços em todos seus três subíndices.

A expectativa em pesquisa da Reuters para o dado era de recuo de 0,38%. Com o resultado de novembro, o índice passou a acumular em 12 meses avanço de 5,90%.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do índice geral e apura a variação dos preços no atacado, caiu 0,94% em novembro, de uma queda de 1,44% no mês anterior.

Outro índice divulgado foi a confiança do setor de serviços do Brasil, que registrou queda em novembro e foi ao menor nível em oito meses, diante de elevado grau de incerteza, mostraram os dados também divulgados hoje pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

No mês, o Índice de Confiança de Serviços (ICS) caiu 5,4 pontos e foi a 93,7 pontos, menor nível desde março (92,2 pontos). Em dois meses de queda, o índice acumula perda de 8,0 pontos.

O Brasil abriu 159.454 vagas formais de trabalho em outubro, resultado bem abaixo do esperado, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O resultado do mês passado, fruto de 1,789 milhão de admissões e 1,630 milhão de desligamentos, foi o pior desde março deste ano, quando o país abriu apenas 96.927 postos de trabalho em termos líquidos, de acordo com dados ajustados.

No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 2,320 milhões de vagas. No mesmo período de 2021, o superávit era de 2,756 milhões de postos de trabalho, segundo a série com ajustes.

E os preços ao produtor no Brasil recuaram pelo terceiro mês seguido em outubro e o índice acumulado em 12 meses chegou ao menor nível em quase dois anos e meio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) recuou 0,85% em outubro, passando a acumular em 12 meses alta de 6,50%, menor resultado neste tipo de comparação desde junho de 2020 (+6,38%).

No exterior, os futuros de Wall Street operam em alta, de olho na situação da China. Por volta das 10h10, o Dow Jones futuro tinha alta de 0,08%, o S&P 500 avançava 0,28% e o Nasdaq tinha alta de 0,47%.

O dólar tinha queda de 0,90% frente ao real, negociado a R$ 5,3160.

Na Ásia, o índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com alta de 3,09%, marcando a melhor sessão em três semanas, enquanto o índice de Xangai subiu 2,31%, para máxima em duas semanas. O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 5,24%, e as ações da tecnologia saltaram quase 8%.

A euforia desta terça-feira apagou o desespero da sessão anterior, quando as preocupações com o aumento das infecções por Covid-19 e os sinais de agitação haviam abalado os mercados. (Com Reuters)