Ibovespa tem dia volátil com petróleo enquanto China e fiscal preocupam

21 de novembro de 2022
Rahel Patrasso/Reuters

Bolsa de valores em São Paulo

O Ibovespa voltava ao território positivo nesta segunda-feira (21), em sessão volátil, puxado pela melhora da Petrobras, que, por sua vez, acompanhava a redução da queda dos preços do petróleo, enquanto Copel permanecia como destaque de alta, disparando mais de 20% em meio a expectativas sobre a privatização da estatal.

Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram

Às 16 horas, o Ibovespa subia 0,91%, a 109.857,31 pontos. Mais cedo, na máxima, chegou a 110.235,29 pontos, em meio a ajustes após cair 3% na semana passada. No pior momento, seguindo a piora de Petrobras, caiu a 107.957,01 pontos. O volume financeiro somava R$ 19,6 bilhões.

As cotações do petróleo afundaram no final da manhã reagindo a uma notícia do Wall Street Journal de que a Arábia Saudita e outros membros da Opep estão discutindo aumento da produção. O Brent chegou a US$ 82,3 o barril no pior momento, mas desacelerou a queda e era negociado a US$ 87,5.

O comportamento da commodity reverberou nas ações da Petrobras, que abriram em alta, com a PN chegando a R$ 27,5, para depois cair a R$ 26 no pior momento e, então, voltar ao azul, com alta de 1%, a R$ 26,9.

China

Vale ON, porém, ainda atenuava o fôlego do Ibovespa, cedendo 1,3%, a R$ 79,7, em dia mais negativo para ações atreladas a commodities por causa de preocupações com o aumento da Covid na China.

O país asiático está lutando contra numerosos surtos de Covid-19, informando no domingo 26.824 novos casos locais, aproximando-se dos picos de abril. Os novos casos minam expectativas de uma flexibilização nas rígidas restrições de circulação social tomadas pelo governo chinês contra a pandemia.

Temores sobre a desaceleração da atividade econômica em razão dos surtos de Covid na China enfraqueciam também Wall Street, onde o S&P 500 recuava 0,3%, com investidores também na expectativa da ata da última decisão de política monetária, que será divulgada na quarta-feira (23).

Brasil

No Brasil, as atenções continuam voltadas para as negociações sobre a PEC da Transição – que amplia o espaço para os gastos públicos em 2023 – e os riscos ficais ao país, assim como permanece a incógnita acerca do ministro da Fazenda do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Estrategistas do Morgan Stanley cortaram para “neutra” a recomendação das ações brasileiras, citando crescentes riscos fiscais em 2023, enquanto veem os últimos eventos reduzindo as chances de uma nomeação ortodoxa para comandar o ministério da Fazenda.

Na última semana, declarações de Lula e a PEC da Transição, que visa excluir da regra do teto de gastos os desembolsos com o Bolsa Família e faz outras alterações orçamentárias, geraram apreensão no mercado sobre a evolução da dívida pública do país.

Em paralelo, cresceram as especulações de que o petista Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, é o principal nome cogitado por Lula para comandar a Fazenda no próximo governo.

De acordo com Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG Investimentos, a situação do fluxo para o mercado de renda variável local ainda é desafiadora, a despeito da entrada de recursos estrangeiros, uma vez que o CDI alto continua afastando os investidores locais.

Entre os destaques positivos na bolsa, Copel PNB eclipsava os demais, disparando 22%, a R$ 8,7, em meio a planos do governo do Paraná de transformar a elétrica em uma corporation. No melhor momento, atingiu a máxima intradia histórica de R$ 9,1.

A notícia de Copel contagiava outras estatais como Cemig PN, em alta de 9,2%, e Sabesp ON, com elevação de 6,1%.

Também estava entre as maiores altas Magazine Luiza ON, que subia 6,98%, a R$ 3,3 reais, após uma queda de quase 9% acumulada na semana passada, com agentes financeiros atentos ao movimento da Black Friday nos próximos dias.