Somente o segmento de bens de luxo pessoais deve ver o valor de vendas saltar de € 288 bilhões (R$ 1,6 trilhão) no ano passado para € 353 bilhões (R$ 1,9 trilhão) em 2022 – um avanço de 22%. A consultoria estima que, até 2030, este setor irá faturar entre € 540 bilhões e € 580 bilhões (R$ 3 trilhões a R$ 3,2 trilhões), uma valorização de 60% ou mais.
Acompanhe em primeira mão o conteúdo do Forbes Money no Telegram
“Isso é, em parte, impulsionado por uma atitude mais precoce em relação ao luxo, com os consumidores da geração Z começando a comprar itens de luxo cerca de 3 a 5 anos antes da geração millennials (aos 15 anos de idade, contra 18-20 anos). Da geração Alpha espera-se um comportamento semelhante”, diz o relatório.
A geração Alpha é a que sucede a geração Z e é composta por pessoas nascidas a partir de 2010 até 2025. Em sua maioria, são filhos dos millennials (1981-1996) e são os primeiros a nascer em um cenário completamente digital. A estimativa é de que, em 2025, haja cerca de 2,5 bilhões de pessoas da geração Alpha no mundo.
“A nouvelle vague – nova onda – do mercado de bens de luxo exigirá evolução em meio à disrupção, adaptação em meio à incerteza e expansão da criatividade em todos os fundamentos – tudo isso enquanto novas tendências e conceitos se desenvolvem”, afirma Claudia D’Arpizio, principal autora do estudo da Bain.
Mercado de luxo em 2023
Segundo a Bain, a lucratividade diminuiu ligeiramente neste ano, após um aumento sem precedentes em 2021, mas a consultoria “prevê uma expansão adicional nas vendas e no valor de mercado de bens de luxo ao longo do próximo ano e década”, diz o relatório.
Leia mais: Adidas lança sua primeira coleção de roupas NFT
Para eles, o mercado de luxo em 2023 deverá ser mais resiliente à recessão do que foi durante a crise financeira global de 2009-09.
Cinco fatores predominam para essa análise:
Novos mercados: o Sudeste Asiático e a Coréia do Sul estão surpreendendo e ganhando espaço no mercado em termos de crescimento e potencial. “Embora nunca haja “outra China” em termos de contribuição de crescimento para a indústria, a Índia e os países emergentes do Sudeste Asiático e africano têm um potencial significativo”, diz o relatório.
Volta das lojas: segundo a consultoria, o varejo continua a dominar o setor, enquanto os canais online estão passando por uma normalização em seu crescimento. “Cada vez mais as marcas devem adotar uma abordagem ‘Omnichannel 3.0’, aprimorada por novas tecnologias.”
Mais clientes: a base de consumidores do mercado de luxo está crescendo, com cerca de 400 milhões de consumidores em 2022 e previsão de chegar a 500 milhões até 2030. “Esse crescimento do mercado é impulsionado por fatores que vão além da aspiração, com os consumidores se tornando mais informados e exigentes e uma competição intensificada.”
Luxo e arte juntos: “o luxo está se convertendo em arte, com o objetivo final de transcender de sua forma original, enraizada no artesanato e na excelência funcional, em direção a significados mais amplos, potencializados pela imaginação e pelo poder simbólico, para construir suas criações artesanais.”