Analistas do UBS também cortaram a recomendação dos papéis para “venda”, de “compra” anteriormente, bem como ceifaram o preço-alvo das preferenciais de R$ 47 para R$ 22, em relatório divulgado no final de ontem (21).
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“Seis anos se passaram e agora acreditamos que essas fases estão em caminho de reversão, com os próximos anos parecendo mais sombrios do que os picos que a Petrobras atingiu”, afirmaram Luiz Carvalho e equipe.
O UBS segue o movimento de outros analistas –embora de forma mais agressiva– que também já cortaram recomendações ou preço-alvo para a petrolífera de controle estatal após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência do país em 30 de outubro, entre eles os do Goldman Sachs, JPMorgan e BTG Pactual.
Lula, que toma posse em 1º de janeiro, já sinalizou que pretende fazer uma mudança radical na Petrobras.
Desde as máximas registradas em 21 de outubro, as ações preferenciais da Petrobras acumulam queda de mais de 30%. Nesta terça-feira, por volta de 10h55, eram negociadas a R$ 22,78, em queda de 3,15%, enquanto os papéis ordinários recuavam 3,78%, a R$ 26.
No mesmo horário, o Ibovespa tinha acréscimo de 0,03%, enquanto, no exterior, o petróleo Brent, referência usada pela companhia, avançava 2,12%, a US$ 89,3 o barril.
Os analistas do UBS citaram “três pontos transformacionais” para justificar o rebaixamento duplo na recomendação das ações: preço dos combustíveis, investimentos e despesas gerais.
Eles afirmaram que não há definição da nova política de preços da empresa, enquanto avaliam que um risco importante reside em investimentos mais altos, já que, no passado, a Petrobras não conseguiu diversificar a lucratividade do petróleo integrada não essencial, uma tendência que poderia retornar.
“Maiores investimentos e uma busca pela diversificação em renováveis e transição energética exigiriam que a Petrobras se tornasse ‘maior’, e as despesas gerais – que haviam sido negligenciadas pelo mercado nos últimos anos – tornam-se uma preocupação.”
A equipe do UBS também ponderou que isso significaria dividendos menores para os acionistas.