Isso dificulta a aplicação do corporate venture capital no Brasil, onde a maioria das startups está no início. “Apesar de sermos uma das nações com maior número de unicórnios [com valor de mercado superior a US$ 1 bilhão], a maior parte ainda é early stage [está em estágio inicial]”, explica Milena Fonseca, COO da Ace Cortex. “Hoje, as empresas optam por investir e adquirir startups de escala para reduzir o risco e conseguirem negócios já rentáveis, o que facilita a sinergia com a corporação.”
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O levantamento ainda mostra que a sustentabilidade é prioridade para as empresas internacionais. Cerca de 77% delas investem em greentechs, ante 30% das investidoras brasileiras. “Esse movimento deve crescer nos próximos anos”, mostra o relatório.
Das empresas que realizam CVC, 59,3% o fazem por meio de investimento direto. O segundo veículo mais usado são operações de fusão e aquisição. Os Fundos de Investimentos em Participações (FIPs) são a terceira forma mais utilizada.
Falta de informação
A pesquisa, que reuniu empresas de mais de 15 setores, entre eles de tecnologia, metalúrgico, alimentício, químico e farmacêutico, ainda revela que entre as empresas que não realizam CVC (50,9%), 10,2% informaram que estão se preparando para esses investimentos.
Uma das características que diferencia o CVC do venture capital (VC) tradicional é o predomínio dos objetivos estratégicos em vez dos financeiros. Para 58% das empresas, o objetivo estratégico está presente em suas iniciativas de corporate venture capital, enquanto apenas 13% declararam ter apenas foco no retorno financeiro.
Para Gianna Sagazio, diretora de Inovação da CNI, são vários os elementos que influenciam na capacidade de inovação de um país, mas o investimento empresarial “sempre será um dos mais determinantes para tornar um país mais inovador.” Segundo a executiva, o CVC é um dos tipos de investimento empresarial em inovação que mais cresce no mundo e, especialmente, no Brasil.