A criptomoeda perdeu 60% de seu valor, enquanto o mercado mais amplo encolheu US$ 1,4 trilhão, esmagados pelo aumento das taxas de juros, além do desaparecimento do interesse em negócios de risco abalados por colapsos de empresas do setor que incluíram a FTX, de Sam Bankman-Fried.
Os fundos de criptomoedas registraram entradas líquidas de US$ 498 milhões em 2022, contra US$ 9,1 bilhões em 2021, de acordo com dados da gestora de ativos digitais CoinShares, refletindo como as finanças convencionais se afastaram do mercado.
Mesmo no ano passado, ante do colapso começar em novembro, as criptomoedas eram vistas como distantes dois ou três anos de ganharem aceitação de grandes investidores institucionais, disse Malcolm.
“Agora isso está completamente em um futuro muito distante.”
2023
No entanto, este ano não foi tão ruim para as criptomoedas quanto pode ter parecido: 2022 também foi o ano em que a blockchain ethereum finalmente lançou sua mega-atualização conhecida como “Fusão”, que a mudou em setembro para um sistema de “prova de participação”, com menor gasto de energia.
“Esta atualização vai tornar o ecossistema Ethereum bem mais fácil de usar por pessoas ao redor do mundo. Por causa deste progresso, é difícil não ser otimista sobre criptomoedas em 2023”, acrescentou.
Ben McMillan, diretor de investimentos da IDX Digital Assets, disse que a crescente popularidade das ferramentas baseadas em blockchain, incluindo trocas e finanças descentralizadas, também foi um desenvolvimento importante este ano.
“Portanto, isso é muito positivo para o ecossistema e algo para ficar de olho a longo prazo”, acrescentou. “Podemos ver alocações maiores para ativos digitais assim que o apetite pelo risco for retomado em 2023.”
Bitcoin encontra recessão
Mas, à medida que as sociedades retomaram as atividades, o aumento da inflação forçou os bancos centrais a apertar as taxas e isso levou os investidores a fugirem de ativos de alto risco, como ações de empresas de tecnologia e criptomoedas.
O bitcoin, longamente tido como sendo uma moeda de reserva de valor em tempos de inflação por causa de sua oferta limitada, fracassou no primeiro teste, com investidores abandonado a criptomoeda por tradicionais portos seguros como o dólar.
“O ano de 2022 foi um novo ambiente para ativos digitais. Eles nunca estiveram em uma recessão ou em um ambiente de aumento das taxas”, disse Katie Talati, diretora de pesquisa da empresa de ativos digitais Arca.
As ondas de choque reverberaram pelo mercado: o banco de criptomoedas norte-americano Celsius congelou os ativos dos clientes em junho e revelou um rombo de US$ 1,2 bilhão ao declarar insolvência, puxando o fundo de hedge de criptomoedas Three Arrows Capital, com sede em Cingapura, para o buraco.
Em novembro, uma das principais plataformas do setor, FTX, entrou com um repentino pedido de proteção judicial e o bitcoin perdeu 25% de valor em menos de quatro dias, enquanto Bankman-Fried lutava por fundos para resgatar sua corretora.
O bitcoin e outros ativos digitais foram triturados, caindo mais da metade em apenas 49 dias desde o final de maio. Em um único dia de junho, a maior criptomoeda do mundo caiu mais de 15%, seu pior dia desde março de 2020, quando a onda de Covid-19 agitou os mercados financeiros. O bitcoin agora está pairando em torno de 16 mil dólares.