Depois de ser pego desprevenido pelo repentino aumento de preços, o BCE vem aumentando os juros a um ritmo sem precedentes. A inflação disparou desde que as economias reabriram após a pandemia de Covid-19, impulsionada por gargalos no fornecimento e depois pelo aumento dos custos de energia após a invasão russa da Ucrânia.
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A decisão, que era esperada, marcou uma desaceleração no ritmo de aperto depois de altas de 0,75 ponto percentual em cada uma das duas reuniões anteriores do BCE, uma vez que a inflação mostra sinais de ter atingido o pico e com uma recessão se aproximando.
Mas, assim como os banco centrais britânico e norte-americano, o BCE sinalizou custos de empréstimo ainda mais altos à frente para persuadir os investidores de que mantém a seriedade no combate à inflação, que de acordo com suas novas projeções pode ficar acima da meta de 2% até 2025.
“Julgamos que as taxas de juros terão que subir de forma significativa e a um ritmo constante”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista à imprensa, afirmando que mais altas de 0,50 ponto devem ser esperadas por “um período considerável de tempo”.
O comunicado do BCE informou que o banco agora espera que qualquer recessão seja “relativamente de curta duração e rasa”, e Lagarde destacou que os níveis de desemprego da zona do euro estão em níveis “mínimos”.
Planos do BCE
O BCE também elaborou planos para deixar de substituir os títulos vencidos de sua carteira de 5 trilhões de euros (US$ 5,31 trilhões), revertendo anos de compras de ativos que transformaram o banco central no maior credor de muitos governos da zona do euro.
Segundo o plano, o BCE reduzirá os reinvestimentos mensais de seu Programa de Compra de Ativos em 15 bilhões de euros a partir de março e revisará o ritmo de redução do balanço a partir de julho.