Ibovespa abre em queda com risco fiscal e mercado externo no radar

O Ibovespa iniciou a sessão de hoje (8) em queda de 0,21%, aos 108.843 pontos, por volta das 10h20 (horário de Brasília). Por aqui, investidores repercutem o avanço da PEC da Transição, o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) e os temores de uma desaceleração global.

Ontem (7), o Senado aprovou em dois turnos e por ampla margem de votos a PEC da Transição, que expande por dois anos o teto de gastos em R$ 145 bilhões para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600. Concluída a tramitação no Senado, a PEC segue agora à Câmara dos Deputados, onde deve ser anexada a uma outra proposta como forma de agilizar sua votação na Casa.

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Ainda na véspera, o Banco Central decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, pela terceira vez consecutiva, e deu recados ao governo eleito ao dizer que há elevada incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do País. A autarquia ainda ressaltou que acompanhará com atenção o quadro das contas públicas.

O comunicado também afirmou que o ambiente externo segue adverso, com perspectiva de crescimento global abaixo do potencial no próximo ano, alta volatilidade nos ativos financeiros e ambiente inflacionário ainda pressionado. E acrescentou que o aumento de juros em países avançados e a maior sensibilidade dos mercados a fundamentos fiscais requerem maior cuidado por parte de países emergentes.

Com investidores digerindo o comunicado do BC, o dólar avançava frente ao real nesta quinta-feira. A moeda norte-americana subia 0,51%, a R$ 5,2245.

Lá fora, cresce os receios de uma desaceleração econômica e as preocupações com o ritmo de aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos). Os investidores observam uma chance de 89% de que o banco central dos EUA aumente as taxas de juros em 50 pontos-base na próxima semana, com o pico das taxas em maio de 2023.

Por volta das 10h15, o Dow Jones futuro subia 0,33%, aos 33.730 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,39%, aos 3.952 pontos e o Nasdaq avançava 0,40%, aos 11.553 pontos.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que define as taxas, se reúne nos dias 13 e 14 de dezembro, a última reunião de um ano que viu o banco central tentar deter uma inflação nos maiores patamares em décadas com aumentos recordes nos juros.

Apesar desses receios, os mercados acionários asiáticos subiram majoritariamente. As ações de Hong Kong saltaram nesta quinta-feira enquanto as ações da China apontaram fraqueza, depois que a emissora pública RTHK informou que o governo de Hong Kong pode afrouxar ainda mais suas restrições de combate à Covid-19.

O salto vem depois de alguns investidores terem realizado lucro na sessão anterior, após as mudanças mais radicais da China em seu regime de Covid zero desde que a pandemia começou há três anos.

O índice Hang Seng de Hong Kong teve alta de 3,38%. O índice CSI 300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com ganho de 0,02%, enquanto o índice de Xangai perdeu 0,07%. (Com Reuters)