O Ibovespa fechou com recuo de 0,85%, aos 102.855,70 pontos, nesta sexta-feira (16), próximo das mínimas intradia. Na semana, o índice de ações caiu 4,34%, cravando a segunda semana de queda consecutiva.
O cenário negativo nos mercados internacionais pressionou a bolsa paulista. Nesta semana, bancos centrais de diferentes países deram sinalizações duras sobre política monetária, com destaque para o Federal Reserve, dos EUA, e o BCE, da zona do euro.
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O Dow Jones caiu 0,85%, a 32.920,00 pontos, o S&P 500 perdeu 1,12%, aos 3.852,13 pontos, enquanto o Nasdaq recuou 0,97%, a 10.705,41 pontos.
Na Europa a situação foi igual. Em Londres, o FTSE 100 caiu 1,27%, em Frankfurt, o DAX perdeu 0,67%, assim como o CAC 40 recuou 1,08% em Paris, e o índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 1,20%.
“Tivemos um aumento de risco nos mercados globais nesta semana, que veio seguido da divulgação de novos aumentos de juros na Europa e nos EUA. Todos esses aumentos vieram na mesma linha, de forma dura, dando ênfase à continuidade do aperto monetário que poderá acontecer mais adiante”, diz Duarte.
O temor de uma recessão nos principais mercados globais também derrubou a cotação das commodities hoje. O petróleo Brent e WTI caíram mais de 2% nesta sexta, e recuaram, respectivamente, 3,9% e 4,8% na semana. O minério de ferro fechou com queda de 1,2% na bolsa de Cingapura.
Por aqui, o adiamento da votação da PEC da Transição na Câmara dos Deputados anunciado ontem pelo presidente da Casa, Arthur Lira, foi bem visto no mercado e ajudou o Ibovespa a fechar estável ontem (15). Investidores esperam que dificuldades de aprovação levem a alguma desidratação do impacto fiscal do texto.
“Se o STF julgar como inconstitucional o orçamento secreto, a PEC pode não ir para frente, o que seria positivo num primeiro momento, pois o novo governo seria forçado a passar o orçamento via medida provisória, com um valor de gasto menor”, diz Duarte.
No entanto, o analista aponta que, ainda que seja positivo, é muito ruído político e dificulta um prognóstico sobre a situação, o que não é bem-visto pelo mercado. “A gente depende de como vai ser esse arcabouço fiscal e também de quanto será o gasto para ter uma noção de como ficarão as perspectivas mais para frente.”
O dólar comercial fechou em queda de 0,41%, a R$ 5,2941. Na semana, a moeda norte-americana acumulou uma alta de 0,92%.