Ibovespa fecha em queda em dia de preocupação com desaceleração global

7 de dezembro de 2022

O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (7), com recuo de 1,02%, aos 109.068,55 pontos, pressionado pelas perdas nas ações da Vale (VALE3), de –3,56%, depois que a mineradora divulgou projeções fracas para produção do minério de ferro em 2023.

Números fracos do comércio exterior da China também reforçaram as preocupações sobre o ritmo da atividade econômica global no próximo ano.

No cenário político, as atenções continuam voltadas para Brasília, com votação hoje no plenário do Senado sobre a PEC da Transição, que prevê uma expansão do teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos.

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“Temos um cenário de imprevisibilidade com a PEC de Transição. O texto foi aprovado na CCJ, mas não sabemos se deverá vir desidratado ou não. A incógnita gera insegurança e incerteza, que trazem queda para a bolsa hoje”, diz Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos.

Petrobras em queda também prejudicou o desempenho do Ibovespa. A petroleira acompanha a queda do petróleo no mercado internacional, que atingiu a sua mínima do ano nesta quarta. Com a guerra entre Ucrânia e Rússia e preocupações em relação a um cenário de recessão em diversos países, existe a previsão da demanda pelo petróleo cair até 50%.

O barril Brent perdeu 2,75% hoje e fechou cotado a US$ 77,17. As ações PETR3 caíram 1,51%, enquanto os papéis PETR4 perderam 1,13%. PetroRio (PRIO3) recuou 5,69% e 3R Petroleum (RRRP3) caiu 2,00%.

Dados da balança comercial da China reforçaram as preocupações em relação à desaceleração global. Os números divulgados hoje mostraram um desempenho muito abaixo do esperado, tanto nas importações quanto nas exportações. De acordo com a Reuters, foi a maior queda do comércio no país em dois anos e meio.

As exportações contraíram 8,7% em novembro em relação ao ano anterior, após perda de 0,3% em outubro, no pior desempenho desde fevereiro de 2020. A expectativa de analistas era de um declínio de 3,5%.

Já nas altas do Ibovespa, um dos destaques positivos do dia foi a BRF (BRFS3). Cohen afirma que o principal motivo é a correção do preço em relação às últimas quedas e também devido a redução das restrições na China, país que é grande consumidor de carnes e derivados do Brasil.

BRF subiu 4,14% e puxou outros frigoríficos, como JBS (JBSS3), que subiu 3,27%, e Minerva (BEEF), que teve alta de 1,82%.

Em Nova York, as bolsas de Wall Street tiveram um dia de sobe e desce, em meio às preocupações com uma recessão nos EUA. Na próxima semana, o Federal Reserve irá reunir o comitê de política monetária para decidir o próximo aumento dos juros.

“A percepção de um desempenho mais forte da economia norte-americana, reforçada pelos resultados acima do esperado em indicadores de atividade recém-divulgados, eleva temores de um aperto monetário mais agressivo por parte do Fed”, afirmaram os analistas do Safra em relatório.

O Dow Jones fechou estável (0,0%), a 33.596,87 pontos, o S&P 500 recuou 0,19%, aos 3.933,78 pontos, enquanto o Nasdaq caiu 0,51%, a 10.958,55 pontos. O dólar comercial fechou em baixa de 1,21%, a R$ 5,2058, após oscilar entre R$ 5,1851 e R$ 5,2780, em dia de bastante volatilidade.

(Com Reuters)