Ibovespa recua com investidores de olho no cenário fiscal

8 de dezembro de 2022

Assim como na véspera, o Ibovespa encerrou o pregão de hoje (8) em queda. O principal índice da B3 caiu 1,67%, aos 107.249 pontos, com investidores preocupados com a possibilidade de a piora do cenário fiscal adiar um alívio do aperto monetário.

Ontem (7), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75%. No Comunicado pós-reunião, o Copom afirmou que irá acompanhar “com especial atenção” os desenvolvimentos futuros da política fiscal e seus efeitos nos preços de ativos e expectativas de inflação.

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O Credit Suisse e a XP Investimentos revisaram suas projeções econômicas. Agora, os bancos não esperam mais cortes da taxa básica de juros até o fim do ano que vem, prevendo que uma redução deve ocorrer apenas em 2024. Antes, o banco suíço estimava uma redução a 11,5% e a XP, a 10% em 2023.

Em meio a essas preocupações, o Senado aprovou ontem a PEC da Transição, que expande por dois anos o teto de gastos em R$ 145 bilhões. O texto agora segue para a Câmara dos Deputados.

Apenas 8 ações ficaram entre as maiores altas do dia. Entre elas, o destaque ficou para Méliuz (CASH3), que subiu 8,85%, negociada a R$ 1,23. Em seguida aparece IRB Brasil (IRBR3), com alta de 2,94%, a R$ 0,70.

A blue chip Vale (VALE3) também apareceu entre as maiores valorizações, com avanço de 1,23%, a R$ 85,88, beneficiada pela recuperação dos preços dos contratos futuros de minério de ferro na Ásia nesta quinta-feira, conforme voltava a prevalecer o otimismo com o relaxamento das restrições da Covid na China.

Do outro lado se destacavam as ações de CVC (CVCB3), com queda de 10,23%, Azul (AZUL4), caindo 7,61%, e GPA (PCAR3), com queda de 6,97%. Os papéis da dona do Pão de Açúcar caíram após o BTG Pactual afirmar que as iniciativas de ‘turnaround’ parecem boas, mas que o GPA ainda precisa mostrar melhores resultados em um cenário macro mais difícil.

No exterior, Wall Street fechou em alta, em sessão marcada por dados mostrando um aumento moderado nos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, enquanto persiste o receio com o efeito da política monetária do Federal Reserve na economia.

O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego aumentou moderadamente na semana passada, apontando para um mercado de trabalho ainda apertado e forte, apesar dos crescentes receios de uma recessão.

O Federal Reserve quer retardar o mercado de trabalho para esfriar a inflação. O banco central dos EUA aumentou sua taxa de juros em um total de 3,75 pontos percentuais este ano, de quase zero, para uma faixa de 3,75%-4,00%.

Economistas preveem que o Fed continuará apertando a política monetária e elevará a taxa para um nível mais alto do que os 4,6% projetados recentemente, onde ela poderia permanecer por algum tempo.

O Dow Jones encerrou o dia com alta modesta de 0,55%, aos 33.781 pontos, enquanto o S&P 500 avançou 0,75%, aos 3.963 pontos. O Nasdaq teve uma alta mais expressiva, subindo 1,13%, aos 11.082 pontos.

O dólar teve ligeiro avanço frente ao real, com valorização de 0,22%, a R$ 5,2160. (Com Reuters)