A empresa surgiu do grupo Farmativa, que fabricava cosméticos para terceiros. No início, começou como uma linha para profissionais, mas os sócios optaram por voltar suas atenções para o consumidor final ainda no início da empreitada.
Segundo Pedro Taguchi, diretor operacional da Lola, a marca contou com dois diferenciais. O primeiro foram as bandeiras de sustentabilidade e cruelty free. Os produtos não são testados em animais e não têm derivados de petróleo, silicones insolúveis ou parafinas, e suas fórmulas têm apenas ingredientes ecológicos certificados.
Você pode não conhecer a marca, mas é difícil que os produtos passem despercebidos nas prateleiras das lojas. Eles têm embalagens coloridas com cores vibrantes, pin-ups (modelos dos anos 1950) empoderadas nos rótulos e nomes ousados, como “Morte Súbita”, “Loira de Farmácia”, “Drama Queen” e “Comigo Ninguém Pode”.
Taguchi acredita que a comunicação divertida garantiu um brilho diferente aos shampoos, condicionadores e cremes capilares da Lola naquele momento inicial, despertando a curiosidade das consumidoras. “É uma comunicação que busca a identificação dos clientes, mas de forma empática, mais realística e próxima”, diz o diretor comercial. Para isso, os desenhos das pin-ups são com base em mulheres reais: as próprias funcionárias da Lola Cosmetics.
A marca inovou no varejo dermocosmético nacional. Em dez anos de mercado, ela chega a 5 mil pontos de venda distribuídos entre lojas de departamento, farmácias, supermercados e lojas especializadas em cosméticos. Há quatro anos a empresa buscou o mercado internacional. Atualmente, ela está presente em cerca de 30 países, entre eles Portugal, Espanha, França, México, Chile, Austrália e Emirados Árabes Unidos.
A todo vapor
A comunicação inovadora garantiu à Lola Cosmetics não apenas clientes, mas uma horda de fãs que se autointitulam “Loletes”. A marca possui 945 mil seguidores no Facebook e 1 milhão no Instagram. Para comparar, as tradicionais Seda e Pantene possuem 410 mil e 512 mil seguidores no Instagram, respectivamente.
Não por acaso, uma parte considerável dos investimentos da empresa está dedicada a estratégias de marketing e trade marketing. A Lola quer levar a sua forma leve de comunicação para seus clientes comerciais e internacionais.
Em 2023, o objetivo é que a receita internacional saia dos atuais 10% da receita total (que a Lola não divulga o valor) para corresponder a 30% das vendas. Taguchi conta que a empresa começou o processo de tradução dos rótulos para outros idiomas e já fez um encontro de relacionamento com influenciadores internacionais para melhorar a divulgação.
Outro projeto da marca é montar um canal de comunicação (CRM) mais próximo com os clientes comerciais (B2B). “Queremos saber como estamos atendendo nossos clientes em termos de satisfação e velocidade. Eles são nossa principal frente de vendas, e comunicação de sucesso não é só com o cliente final.”
As “Loletes” também devem ser agraciadas no próximo ano, segundo Taguchi. A marca tem planos de trabalhar o seu alcance e proximidade com campanhas voltadas à lifestyle. A ideia é entregar brindes de valor agregado, com coleções limitadas.