No cenário global, eles ressaltam que indicadores antecedentes apontam possível recessão nos países desenvolvidos, com a preocupação com a inflação – que marcou 2022 – dando espaço para incertezas sobre o crescimento das principais economias do mundo, como Estados Unidos e Europa.
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Para a equipe da XP, do ponto de vista global, o Brasil provavelmente continuará sendo destaque, uma vez que está longe das tensões geopolíticas e se beneficia de preços de matérias-primas e da reabertura da China, entre outros fatores. Os analistas também veem que o investimento como percentual do PIB sugere crescimento potencial mais forte à frente e que a inflação está desacelerando.
“Os riscos globais certamente existem, como apontamos na sessão global deste relatório. Mas o Brasil parece bem posicionado para eles”, afirmam os analistas em relatório produzido pela equipe de pesquisa da XP, incluindo o estrategista-chefe, Fernando Ferreira, o economista-chefe, Caio Megale, e o estrategista-chefe global, Alberto Bernal.
A principal ameaça para esse cenário, na visão deles, reside na trajetória de política fiscal, que permanece incerta e deve manter a volatilidade no mercado em alta.
Ainda assim,
, de 135 mil projetados anteriormente. O índice fechou na véspera a 109.068,55 pontos.
As posições defendidas pela equipe incluem ações atreladas a commodities, principalmente o setor de petróleo e gás; empresas pouco relacionadas com crescimento econômico; e companhias que devem permanecer resilientes em meio a uma perspectiva macro desafiadora, negociadas a preços ainda atrativos.
Eles acrescentam que as “small caps” também podem enfrentar um ambiente mais difícil dada a maior exposição ao crescimento doméstico em comparação com as “large caps”. Além disso, avaliam, expectativas crescentes de altas de juros em 2023 podem continuar pressionando essas empresas de menor valor de mercado.
Projeções
O cenário da XP para 2023 contempla expansão de 1% do PIB (produto interno bruto), enquanto a inflação medida pelo IPCA deve ficar em 5,4% e a taxa de câmbio é estimada em R$ 5,30 por dólar no final do ano. As duas últimas previsões refletem perspectiva de incertezas ou piora do quadro fiscal.
Vislumbrando uma política fiscal mais expansionista, a equipe da XP postergou projeção para o ciclo de flexibilização monetária que esperava para o ano que vem – agora avaliam que o Banco Central manterá a taxa Selic em 13,75% até o final de 2023.
“Entretanto, se o regime fiscal estiver mudando, o nível de equilíbrio da taxa Selic também pode mudar tanto em termos reais quanto nominais. Se assim for, o Copom pode precisar retomar o ciclo de aperto no próximo ano”, acrescentam.