Sete dicas para o planejamento da aposentadoria

5 de janeiro de 2023
vorDa/Getty Images

Para começar a traçar seu plano, leve em conta as dicas que eu preparei para ajudar na eficácia de seus investimentos

Se você acompanha os noticiários, certamente está ciente de que, em se tratando de renda na aposentadoria, é desaconselhável depender exclusivamente da previdência social.

Na maioria dos casos, é recomendável pagar mensalmente a contribuição ao INSS, pois há outros benefícios assegurados por lei aos contribuintes, como o auxílio-doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte, entre outros.

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Ocorre, entretanto, que a previdência social vive, há muitos anos, uma grave crise resultante do desequilíbrio entre gastos e arrecadação, que ainda está longe de encontrar uma solução que dê conta de sua complexidade.

Dessa forma, é necessário que você comece a se planejar o quanto antes, para ter uma carteira de investimentos cuja rentabilidade proporcione renda complementar, preservando seu poder de compra e garantindo tranquilidade.

Há inúmeras estratégias de investimento que podem garantir uma boa renda na aposentadoria, como planos de previdência privada, o recém-anunciado Tesouro Direto RendA+, dividendos de ações e fundos imobiliários, etc. Cabe a você definir uma estratégia de investimento que esteja em linha com suas metas financeiras.

Para começar a traçar seu plano, leve em conta as dicas que eu preparei para ajudar na eficácia de seus investimentos para a aposentadoria:

Faça um balanço de suas finanças pessoais

Faça um diagnóstico completo de sua vida financeira: renda, custos fixos e variáveis, investimentos que possui, bens, dívidas, enfim, coloque no papel o seu balanço pessoal de ativos e passivos.

A diferença entre o que você possui (ativos) e o que você tem como despesas recorrentes (passivo) é o seu patrimônio líquido. Ter clareza quanto a este número e revisá-lo anualmente irá ajudar você a se manter dentro do plano de metas traçado e ter maior disciplina quanto aos aportes necessários para chegar à renda de aposentadoria que deseja.

Defina sua meta de aposentadoria de forma clara e detalhada

Começar a investir tendo como meta a aposentadoria é algo muito vago. Para poder montar uma carteira estruturada, composta por ativos cujas características sejam adequadas ao seu objetivo financeiro, é preciso detalhar essa meta:

Você quer se aposentar com qual idade?

Precisará de qual renda mensal para a fase em que não estiver mais trabalhando?

Qual o montante que você precisa acumular até a data definida para aposentadoria, para ter a renda que projetou?

Leia mais: Cinco passos importantes para o sucesso nos investimentos

Responder a estas questões é fundamental para que você faça o seu planejamento. Metas específicas são mensuráveis e, portanto, possibilitarão que você monitore o progresso ao longo dos anos e também faça correções de rota, se necessário.

Conheça as opções disponíveis de previdência privada

No Brasil, há dois tipos de previdência privada: VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre).

Em ambas modalidades, você define o valor e a periodicidade de suas contribuições, bem como o tipo de alíquota de
Imposto de Renda a incidir sobre os rendimentos. Além disso, tem total autonomia para definir os beneficiários no caso de seu falecimento.

Há planos de previdência com diferentes portfólios, e com incentivos fiscais específicos, visando contemplar os diversos perfis de investidores.

Sugiro que você converse com um especialista que possa orientar qual o tipo de plano de previdência mais adequado ao seu caso, e se quiser conhecer um pouco mais sobre o tema, no meu canal do youtube tem uma aula gratuita com duas horas de duração, falando sobre previdência privada.

Pesquise modalidades de investimentos que podem gerar renda recorrente

Eu considero o investimento em ações e fundos imobiliários a melhor opção para quem deseja renda complementar à aposentadoria.

Esse tipo de ativo tem maior volatilidade, entretanto, no longo prazo, é o que proporciona maior valorização do patrimônio e, consequentemente, maiores ganhos com dividendos e juros sobre o capital próprio.

Além do mais, ações e fundos imobiliários lhe asseguram uma renda perpétua, pois enquanto você mantiver os ativos sob sua custódia, irá receber os dividendos correspondentes isentos de Imposto de Renda.

Dedique algumas horas por mês para estudar um pouco as ações e os fundos imobiliários, pois certamente esta é uma das opções mais eficazes para garantir renda extra na aposentadoria.

Comece a investir o mais cedo possível

Quanto antes você iniciar seus aportes para a aposentadoria, mais benefícios terá, a começar pela criação do hábito de destinar mensalmente uma cota de sua renda a este fim.

Além disso, há uma série de outras vantagens em começar cedo:

quanto mais tempo para que os juros compostos trabalhem para você, maior a acumulação de patrimônio; será possível destinar uma parcela maior de seu aporte para ativos com maior risco/retorno, pois haverá tempo hábil para recuperar eventuais perdas;
você terá mais tempo para aprimorar sua estratégia, adquirindo conhecimento em um número maior de modalidades de investimento; a maior parte de seus aportes acontecerá na fase da vida adulta em que você está mais produtivo e com disposição para gerar várias alternativas de renda.

Cuidado com a influência das emoções

Por mais que as decisões sobre investimentos pareçam algo matemático e meramente racional, não subestime a influência que as emoções exercem sobre elas, pois isso acontecerá em algum momento, portanto, esteja atento.

O mercado se movimenta em ciclos de alta e baixa, impactando o resultado dos investimentos. Assim, quando os investimentos estão apresentando alta performance, temos a tendência a ficar excessivamente confiantes, subestimando os riscos.

Por outro lado, quando os investimentos vão mal, a aversão à perda pode dominar e, eventualmente, nos levar a vender ativos com prejuízo e migrar para investimentos considerados de baixo risco.

Em ambos os casos, decisões tomadas sob influência das emoções podem causar perdas substanciais, além de privá-lo da oportunidade de ganhar dinheiro com cada um dos ciclos de mercado.

Para não se deixar levar pelas emoções, tenha sempre muita atenção às suas escolhas, avalie os erros e acertos periodicamente, para entender o que levou você a cada uma das decisões tomadas. Construir esse repertório de aprendizado irá ajudar você a fazer escolhas cada vez mais conscientes.

Além disso, manter uma carteira diversificada, com classes de ativos com diferentes graus de risco irá funcionar como proteção e dará mais tranquilidade para tomar decisões com calma e baseadas em fundamentos, em vez de reagir ao calor dos acontecimentos.

Priorize seu planejamento financeiro

Assumir a responsabilidade por suas finanças pessoais é uma das escolhas mais inteligentes que você pode fazer na vida. Estudar os investimentos e conhecer as características de cada um deles lhe dará maior autonomia e segurança.

A internet democratizou o acesso à informação e hoje em dia há excelentes conteúdos de finanças para ajudá-lo em sua jornada investidora. Mas, se você não dispõe de tempo livre ou disposição para cuidar sozinho de seus investimentos, contar com o suporte de um especialista de mercado é uma boa alternativa.

Há excelentes profissionais que podem auxiliar no planejamento financeiro de forma independente e totalmente customizada, portanto, contratar um planejador financeiro certificado, ou um consultor CVM credenciado, pode ser uma excelente forma de ganhar tempo e otimizar seus investimentos.

“Não tenho tempo para estudar” “Não entendo nada de finanças” são apenas desculpas que arrumamos para procrastinar o planejamento da aposentadoria, e isso pode custar muito caro no futuro.

Minha sugestão é que você se coloque como prioridade em sua própria vida e comece o quanto antes a planejar sua renda de aposentadoria. O seu eu do futuro irá agradecer por essa decisão.

Eduardo Mira é formado em telecomunicações, com pós-graduação em pedagogia empresarial e MBA em gestão de investimento. É analista CNPI, certificado CPA10 e CPA20, ex-gerente do Banco do Brasil e da corretora Modal.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.