Fintech cria plataforma para ajudar pais a administrar as finanças dos filhos

18 de janeiro de 2023
Divulgação/Mozper

Yael Israeli, CFO da Mozper e Gabriel Roizner, CEO da companhia

Existem discussões acaloradas sobre como os filhos devem participar das finanças de seus pais, mas o contrário não é tão pautado. Então, como os pais devem estar presentes nas finanças de seus filhos? Foi pensando nesse questionamento que a israelense Yael Israeli e o uruguaio Gabriel Roizner se juntaram para criar a fintech Mozper. A plataforma financeira tem como objetivo ajudar os pais a direcionar as finanças de seus filhos na base de três passos: ganhar, poupar e gastar.

A ideia surgiu no fim de 2019, quando os executivos notaram uma onda de digitalização no mercado. Mesadas, por exemplo, que costumavam ser pagas em dinheiro, passaram a ser depositadas em contas-correntes ou a serem convertidas em limites de cartões de crédito. Essa tendência se acelerou em 2020, com a pandemia. E os executivos notaram que as mudanças poderiam trazer consequências negativas para as crianças se os novos recursos não fossem usados da maneira correta.

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“Pouco antes de criar a empresa comecei a perceber que o mercado estava abrindo muitas opções para os usuários gastarem dinheiro, como cartões, crédito facilitado, mas que não existia nenhuma educação para as pessoas aprenderem a usar essas ferramentas da forma correta”, diz Roizner, CEO da Mozper. “Se eu der um cartão de crédito para uma pessoa sem ela ter o conhecimento básico sobre aquilo, ele pode virar uma arma.”

Israeli, CFO da fintech, também conta que, como mãe de três jovens, o assunto chamou muito a sua atenção e a fez querer entrar no negócio. “Antes da Mozper nós não sabíamos como era usado o dinheiro que dávamos aos nossos filhos e isso mudou com a fintech”, conta.

Assim, os executivos desenvolveram um sistema de assinatura no qual os pais têm a opção de pagar R$ 25 mensalmente ou R$ 228 por ano para ter acesso aos recursos do aplicativo, que incluem o cartão de crédito e todas as funcionalidades voltadas para a gestão do dinheiro de seus filhos. “Os pais conseguem recompensar seus filhos por atividades benéficas para eles mesmos, além de ajudar a destinar a quantia certa para cada atividade, como alimentação, consumo e poupança”, conta Roizner.

Os executivos explicam que o processo busca maximizar a segurança dos jovens desde o momento do registro no aplicativo, que só solicita dados dos pais, até o uso do cartão, que é limitado para compras compatíveis com a idade das crianças. “O cartão é limitado para ser usado da forma correta, então ele não permite o pagamento de apostas online, sites como Onlyfans e muitas outras opções que os pais não aprovariam”, explica Israeli.

Com essa premissa, em pouco mais de dois anos de vida, a Mozper emitiu 50 mil cartões, sem levar em consideração os cartões virtuais usados pelas crianças.

Operando no Brasil

Após operar por mais de um ano remotamente no mercado mexicano, a fintech precisou suspender suas operações por mudanças regulatórias do país. Nesse meio tempo, os executivos decidiram explorar o mercado brasileiro.

“Logo que chegamos no país nós percebemos que o consumidor brasileiro ficou muito animado com o produto e conseguiu entender com muita facilidade o valor que ele tem na educação financeira de seus filhos e também na sua própria organização com o dinheiro”, explica Israeli. “Nós encerramos o ano com aproximadamente 100 mil famílias pagantes e esperamos triplicar esse número em 2023.”

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Agora, a companhia conseguiu a liberação para voltar a operar no México, integrando o grupo de aproximadamente 30 empresas que também receberam a permissão. Porém, a expectativa é continuar crescendo e oferecendo novos produtos nos dois locais que opera.

Os executivos afirmam que pretendem, em um futuro próximo, fazer parcerias para disponibilizar investimentos e doações seguras dentro da plataforma. “Nós vamos continuar adicionando ferramentas ao longo dos meses para criar uma experiência completa de educação financeira de toda a família, não só das crianças”, diz o CEO.

Hoje, a meta da companhia é ajudar pais e crianças a atingir mais de US$ 2 milhões de em metas de economia.