Em coletiva de imprensa, Pedro Rudge, vice-presidente da Anbima, explicou que a queda tem cinco possíveis motivos: a disputa com os títulos de renda fixa isentos de Imposto de Renda, a alta inflação, queda da renda disponível, dívidas e eventuais gastos de fim de ano.
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Os produtos com isenção de imposto de renda ganharam atratividade. As letras e certificados de crédito imobiliário (LCI e CRI) e do agronegócio (LCA e CRA) tiveram um aumento em R$ 264,3 bilhões em 2022, beneficiados, segundo Rudge, pelo movimento de alta taxa de juros.
A longo prazo, o vice-presidente da Anbima diz que ainda é difícil mensurar se a sangria dos fundos persistirá. “Apesar de termos uma maior previsibilidade em relação à queda da taxa de juros e a inflação parecer estar diminuindo, a incerteza política e fiscal ainda traz temor ao mercado, que precifica um cenário de juros maiores”, explicou.
Segundo o executivo, para esse movimento de saída de recursos de fundos virar para um fluxo positivo, é preciso antes um arrefecimento dos ânimos e uma previsibilidade mais clara da solução do equilíbrio fiscal do governo.
Na outra ponta estão os fundos de investimento em direitos creditórios, os FIDCs. Eles tiveram uma captação líquida de R$ 12,7 bilhões no ano de 2022. Segundo a Anbima, os fundos foram beneficiados pelo movimento concentrado de R$ 27,9 bilhões em um fundo do tipo agro, indústria e comércio.
Também aparecem os Fundos de Investimento em Participações (FIPs), com 17,8 bilhões, e os fundos de índice (ETFs, na sigla em inglês), que terminaram o ano passado com um saldo de R$ 366,3 milhões.
O patrimônio líquido da indústria de fundos foi de R$ 7,4 trilhões em 2022, o que representa uma alta de 7,1% ante 2022, quando chegou a R$ 6,9 trilhões.