Caro presidente eleito

14 de janeiro de 2023

Plenário do Senado em Brasília

Com o tempo contando para a troca de ocupante do Palácio do Planalto, um vento de infinitas perspectivas sopra sobre a esperança de todos aqueles brasileiros que querem um grau maior de consciência intencional.

Não é ingenuidade querer um presente melhor e um futuro sustentável, é um direito que devemos exigir de todos os gestores públicos, independentemente do viés político-ideológico. Com os felizes e os decepcionados, é hora de a nação voltar à normalidade e buscar extrair o melhor do governo que foi eleito democraticamente.

Esse é o desafio que estamos dispostos a aceitar. Recordo aqui uma frase de Nelson Mandela: “Sempre parece impossível até que seja feito”.

Estou ciente da enorme tarefa que terá para devolver a serenidade e a paz ao nosso país. Uma tarefa que Mandela também teve ao assumir o governo da África do Sul, dividida pelo apartheid – e ele conseguiu apaziguar a nação. Espero que se consiga o mesmo aqui, pois, ainda como diria Mandela: “uma vez que conquistamos nossa liberdade, só pode haver uma divisão entre nós: entre aqueles que valorizam a democracia e aqueles que não”.

Caro presidente, ser eleito não significa o fim, mas o começo do seu trabalho. E, como brasileiro, quero registrar minhas observações e considerações antes de sua posse, em 1º de janeiro de 2023.

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Não só o Brasil, mas o mundo está esperando para ver o que o senhor irá fazer. De minha parte, espero que persiga incansavelmente metas de políticas ambientais, sociais e de governança – movimente-se para acelerar a incorporação firme da pauta ESG em todas as suas ações e órgãos governamentais sob sua responsabilidade. Esse é o desafio que não podemos adiar.

Verdadeiros líderes de Estado reconhecem a importância da adoção e implementação dessas políticas de valor ético. E, sobretudo, consideram de forma significativa o G — governança sustentável.

Integridade é absolutamente fundamental para a realização dos direitos humanos para a sustentabilidade ambiental. Por trás de cada violação dos compromissos ambientais ou sociais, está uma governança ineficaz no combate à corrupção. Uma administração centrada na integridade é um mecanismo poderoso, porém, muitas vezes é subvalorizada.

As ações ESG governamentais certamente terão efeitos a jusante para os setores privados e de investimento. Que o seu governo transforme o ESG em “Não Estamos Só Governando”, mas criando valores éticos e um futuro sustentável.

Presidente, permita-me lhe pedir que seja ambicioso. Não cumpra apenas o seu caminho, mas dê significado para o caminho de todos os brasileiros. Esse é o desafio que pretendemos vencer.

O senhor, eu e o Brasil dividiremos o trabalho e dividiremos o perigo; e as recompensas serão para todos nós.

Nelson Wilians é CEO da Nelson Wilians Advogados.

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Artigo publicado na edição 103, de novembro de 2022.