Ações do Manchester United sobem 10% com rumores de aquisição do Catar

17 de fevereiro de 2023
Foto: Reprodução/ Forbes USA

Ações do Manchester United sobem com possibilidade de venda do clube

As ações do Manchester United subiram 10% ontem (16), o maior salto dos papéis do clube da Premier League inglesa em três meses, após relatos de que seus proprietários, a família Glazer, estão considerando vender o controle a um grupo de investidores do Catar.

Nos últimos anos, o clube sofre com reclamações de torcedores que reivindicam que os proprietários bilionários não se interessam pelo time.

As ações do Manchester United subiram 10% em Nova York ontem (16), para US$ 26,84. Foi o maior salto desde novembro, quando as cotações subiram quase 30% em três dias, pelo mesmo motivo – rumores de que a família Glazer estava pensando em vender o clube.

A alta nas ações ocorreu depois que vários veículos informaram que o Raine Group, uma empresa financeira da família, está conversando com investidores do Catar. Os Glazers estão pedindo quase US$ 6 bilhões (R$ 31,3 bilhões), com uma oferta prevista para hoje (17).

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Outro comprador em potencial tornou pública suas intenções: o bilionário proprietário da INEOS (multinacional da indústria química), Jim Ratcliffe. Fãs também especularam que Elon Musk, proprietário do Twitter, Tesla e SpaceX, poderia entrar na disputa. A segunda segunda pessoa mais rica do mundo twittou no ano passado que ia comprar o clube, mas depois recuou e disse que era uma piada.

US$ 4,6 bilhões (R$ 24 bilhões) – É quanto vale o Manchester United, segundo a Forbes, tornando-o o terceiro time de futebol profissional mais valioso do mundo. A alta das ações, porém, vem estimulando os Glazers a vender, aos poucos, sua participação no clube. A família controladora tem sido criticada também pelo endividamento da empresa, estimado em US$ 594,5 milhões (R$ 3,10 bilhões), provocando protestos de torcedores que afirmam que os controladores só retiram dividendos e não investem no clube.

Contexto

A alta das ações ocorre três meses depois da tumultuada partida do craque português Cristiano Ronaldo. Ele se desentendeu com o clube após ter concedido uma entrevista em que disse que os controladores “não se importam com o clube”.

O Manchester United anunciou em novembro que cortou relações com o jogador de 37 anos por “consentimento mútuo”. Isso permitiu ao jogador assinar um contrato recorde, estimado em cerca de US$ 75 milhões (R$ 390 milhões) por ano, com o clube da Arábia Saudita Al-Nassr. Cristiano Ronaldo havia voltado ao Manchester United em 2021 após jogar nove anos no espanhol Real Madrid.

Apesar das críticas dos torcedores, o Manchester teve um desempenho relativamente bom durante as primeiras temporadas sob o controle da família Glazer. O time conquistou cinco títulos da Premier League desde que o falecido Malcolm Glazer assumiu o comando em 2005. Seu último campeonato, porém, veio na temporada 2012-2013, quando o clube derrotou o rival Liverpool. Desde então, tornou-se o segundo melhor time da cidade, com o Manchester City vencendo cinco vezes nas últimas oito temporadas.

Avaliação da Forbes

Estimamos que o patrimônio líquido da família Glazer seja de aproximadamente US$ 4,7 bilhões (R$ 24,5 bilhões), dividido entre a família após a morte de Malcolm Glazer, em 2014, aos 85 anos. Além do Manchester United, a família também controla mais de 622,45 mil metros quadrados de espaço em shopping centers nos Estados Unidos, enquanto o filho de Malcolm, Joel Glazer, é dono do Tampa Bay Buccaneers, da NFL, que seu pai comprou em 1995.

Texto original publicado pela Forbes USA. Traduzido por Monique Lima.