A criptomoeda de 15 anos desempenhou muitos papéis — desde fonte de especulação até proteção contra a inflação — mas tem lutado para encontrar uma identidade clara. Agora há sinais crescentes de que se aproxima de seu pretendido propósito: pagamentos.
“O desenvolvimento em termos de criação de pagamentos com criptomoedas continuou em ritmo acelerado, mesmo que tenha passado despercebido por causa da volatilidade no mercado mais amplo”, disse Richard Mico, presidente-executivo da Banxa nos Estados Unidos, um provedor de infraestrutura de pagamento e conformidade.
A quantidade de bitcoin armazenada na Lightning Network — um protocolo de pagamento em camadas sobre blockchain — saltou dois terços no ano passado, atingindo o recorde histórico de 5.580 moedas, de acordo com a empresa de criptodados The Block.
A BitPay, com sede nos Estados Unidos, disse que os volumes de transações aumentaram 18% no ano passado em relação a 2021. A CoinsPaid disse que os volumes no quarto trimestre de 2022 aumentaram 32% em comparação com o ano anterior.
A volatilidade dos preços, a baixa velocidade de processamento e a persistente incerteza regulatória estão entre os fatores que tornaram as criptomoedas difíceis de manejar como meio de pagamento. Poucos comerciantes precificam bens ou serviços em criptomoedas.
A Stellar, uma blockchain que permite pagamentos internacionais, viu o número de transações em sua plataforma aumentar para 103,4 milhões no mês passado, de 50,6 milhões em janeiro de 2022.
Os volumes de negociações entre as exchanges entre bitcoin e lira turca e real aumentaram 232% e 72%, respectivamente, mostraram dados da CryptoCompare.
Os esforços de algumas das maiores economias do mundo, incluindo Japão, China e Índia, para criar suas próprias moedas digitais (CBDCs) também podem sufocar o crescimento dos pagamentos com criptomoedas, dizem alguns agentes do mercado. Para outros, porém, o crescente interesse em CBDCs é uma evidência de que a tecnologia de pagamentos blockchain veio para ficar.