As previsões de desempenho do maior banco da América Latina para 2023, porém, animaram analistas.
O Itaú informou hoje (7) que seu lucro recorrente de outubro a dezembro somou R$ 7,668 bilhões, alta de 7,1% sobre mesma etapa de 2021, mas abaixo da estimativa média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 8,24 bilhões. Em termos líquidos, o lucro de R$ 7,356 bilhões cresceu 18% no comparativo anual.
No relatório, sem citar nomes, o banco mencionou “impactos provenientes de evento subsequente à data do fechamento relacionado a um caso específico de empresa de grande porte que entrou em recuperação judicial“.
A Americanas pediu recuperação judicial no mês passado, com dívidas totais de mais de R$ 40 bilhões. Na semana passada, o Santander Brasil havia divulgado lucro abaixo da projeção de analistas pelo mesmo motivo.
Um “evento subsequente relacionado a um caso específico do segmento de grandes empresas… teve impacto de R$ 1,3 bilhão”, disse o Itaú, em referência ao custo do crédito, acrescentando que isso cobre 100% da exposição ao caso citado.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido do Itaú no trimestre, de 19,3%, foi 0,9 ponto percentual menor na comparação anual.
A carteira total de empréstimos do banco, que fechou em R$ 1,14 trilhão, teve alta de 11,1% em 12 meses. Seu índice de inadimplência acima de 90 dias, de 2,9%, foi 0,1 ponto maior na base sequencial e 0,4 ponto acima do que um ano antes.
PREVISÕES
Em relatório a clientes, a equipe do Citi liderada por Rafael Frade disse que, diante da piora das expectativas dos investidores nas últimas semanas para o setor bancário desde o caso Americanas, vê “o guidance alinhado ao consenso do Itaú como um bom indicativo, reafirmando bons resultados mesmo em um ano desafiador pela frente”.