Rogers, fundador e co-CEO da Ariel Investments, iniciou a empresa em 1983, apenas três anos depois de se formar em Princeton. Quarenta anos depois, a mais antiga empresa de investimentos fundada por negros nos EUA administra mais de US$ 16 bilhões em ativos.
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Enquanto isso, Rogers continua sendo o diretor de investimentos e formador do portfólio de ações da Ariel. Seu carro-chefe, o Ariel Fund, de US$ 2,5 bilhões, foi lançado em 1986, tornando-se o fundo mais antigo na categoria de valor médio da Morningstar. Desde o início, ele registrou um retorno anual médio de 10,5%, um pouco melhor do que o Russell 2500 Value Index e o S&P 500.
Jogando a favor do mercado de baixa
Porém, esses números não são páreos ao desempenho de recuperação de sua empresa em períodos de baixa do mercado, como o que os investidores estão enfrentando.
O Ariel Fund enfrentou seu primeiro teste de fogo em 19 de outubro de 1987, o crash conhecido como Black Monday. Rogers, então com 29 anos, ligou freneticamente para clientes e corretores enquanto se encontrava com seu planejador de casamentos. Sua mensagem: as ações ficaram repentinamente baratas e os investidores deveriam comprar mais. Ariel superou com ganhos de dois dígitos em 1987.
O ano passado também foi difícil para o Ariel Fund. Ele caiu 19% em comparação com uma queda de 13% em seu índice de referência, o Russell 2500 Value. A desvalorização ocorreu principalmente porque o fundo conta com poucas ações de energia (que foram vencedoras em 2022) e é mais fortemente ponderado em setores como mídia e entretenimento, que tiveram desempenho inferior.
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É um risco que acompanha o estilo de investimento de alta convicção e alta concentração de Rogers – 39% do fundo é investido em suas dez principais participações. Em janeiro, o fundo subiu 14%, superando o ganho de 6% do S&P 500.
Onde ele está apostando?
A escolha favorita de Rogers atualmente é a maior participação de Ariel, a Madison Square Garden Entertainment, agora negociada a uma relação preço/livro de apenas 0,89.
Ele cita o poder de permanência de seus locais icônicos, como o próprio Garden e o Radio City Music Hall, e fica animado ao falar sobre o MSG Sphere, um local de entretenimento de US$ 2,2 bilhões que será inaugurado em Las Vegas ainda este ano.
Além disso, ele acha que Wall Street subestima a MSG Network, a rede regional de TV a cabo que transmite os jogos dos New York Knicks e Rangers. “Algum dia, os Knicks vão vencer de novo”, diz o ex-capitão do time de basquete de Princeton, que uma vez derrotou Michael Jordan em um jogo individual.
“Sumner Redstone, acionistas majoritário da Paramount, sempre falou sobre o fato de que o conteúdo é rei, e sua filha Shari acredita exatamente na mesma coisa”, diz Rogers. Ele acrescenta que os investidores estão tão focados nas guerras do streaming que estão subestimando o alcance mundial da Paramount e o valor de suas marcas, que incluem BET Networks e Showtime. “Eles vão descobrir uma maneira de monetizar esse ótimo conteúdo.”
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Fora da mídia e do entretenimento, Rogers favorece ações de serviços financeiros como o banco de investimentos Lazard, que Ariel possui desde 2009, e a empresa de private equity The Carlyle Group.
Um setor contrário que Rogers aposta que surpreenderá positivamente nos próximos anos é o imobiliário. Ariel tem uma posição na empresa de pisos Mohawk Industries e recentemente comprou ações da Generac, que fabrica geradores de energia.
Generac teve um desempenho de destaque durante a pandemia, e Ariel teve um lucro quatro vezes maior entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2020. Agora, com a Generac caindo 80% em relação ao pico de outubro de 2021, Rogers acha que está pronto para uma recuperação, com preocupações sobre as mudanças climáticas e quedas de energia causadas por furacões e incêndios florestais estimulando os clientes a comprar seus geradores.