Moraes barra pedido de acesso a emails de diretores da Americanas

16 de fevereiro de 2023

Brasília, Brasil 12/01/2023. REUTERS/Ueslei Marcelino

REUTERS/Ueslei Marcelino

Americanas: pedido de recuperação judicial uma semana após divulgação de irregularidades

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes acatou pedido da Americanas para impedir o Bradesco de ter acesso a documentos e emails apreendidos em vistoria relacionada à varejista, de acordo com decisão vista pela Reuters.

A decisão de Moraes impede “o início ou a continuidade de eventual extração de dados, determinando a restituição à reclamante Americanas de eventual material já extraído das caixas postais, mantendo-se o sigilo de seu conteúdo”.

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Sem acordo

A Americanas informou hoje (16) que não conseguiu acordo com grandes credores financeiros após apresentar uma proposta que envolve aporte de R$ 7 bilhões  por seus acionistas de referência, além de recompra e conversão de dívida.

O aporte em dinheiro de R$ 7 bilhões teria suporte dos acionistas Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles. O valor considera financiamento de 2 bilhões “já aportado” divulgado na semana passada, que seria convertido em capital, disse a varejista.

A companhia ainda propôs a conversão de dívidas financeiras de cerca de R$ 18 bilhões, parte em capital e parte em dívida subordinada, e, adicionalmente, uma recompra de R$ 12 bilhões.

Novo CEO da Americanas

A varejista, que está em recuperação judicial, informou ontem (15) que seu conselho de administração elegeu Leonardo Coelho Pereira como presidente-executivo da companhia.

Pereira já foi sócio da consultoria Alvarez & Marsal, especialista em reestruturação de empresas. Com isso, João Guerra, que ocupava o posto, voltará a atuar como diretor de recursos humanos da Americanas.

A movimentação acontece após Sergio Rial renunciar ao cargo de presidente-executivo 10 dias após assumir o cargo, depois de seis anos à frente do Santander Brasil. O executivo e o diretor financeiro Andre Covre  saíram após a descoberta preliminar de cerca de R$ 20 bilhões em “inconsistências” contábeis no balanço da companhia. A dívida depois foi reavaliada e está em R$ 42,5 bilhões.