A pesquisa Pnad Contínua mostrou que a taxa de desemprego atingiu 7,9% nos três meses até dezembro, de 8,7% no terceiro trimestre e 8,1% no trimestre até novembro.
O resultado, que ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de taxa de 8,0%, é o melhor para os últimos três meses do ano desde o quarto trimestre de 2014.
“Chegamos ao fim de 2022 com uma reversão no quadro depois dos efeitos da pandemia”, disse Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, embora tenha citado uma queda na procura por trabalho no último trimestre, refletindo tendência sazonal no período de festas de fim de ano.
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No quarto trimestre, o número de pessoas desempregadas no Brasil era de 8,572 milhões, uma queda de 9,4% em relação aos três meses até setembro e de 28,6% sobre o ano anterior.
“A ocupação vem fora daquilo que era esperado e a última vez que ela ficou estável foi lá em 2015. Mas não podemos deixar de considerar que a ocupação vinha de expansões expressivas em trimestres anteriores de 2022”, disse Beringuy.
Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 1,6% no quarto trimestre sobre os três meses imadiamente anteriores, chegando a 36,858 milhões.
Já os que não tinham carteira aumentaram 0,2%, passando a 13,236 milhões no trimestre encerrado em dezembro de 2022.
Apesar de a taxa de desemprego estar caindo, os efeitos defasados do aumento da taxa de juros em um momento de esperada desaceleração econômica podem pesar no mercado de trabalho em 2023.
“A perda de fôlego da economia já começou a impactar o mercado de trabalho. Setores como comércio e indústria já acusaram essa desaceleração e acreditamos que esse movimento chegará também ao de serviços”, disse Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
No agrupamento por setores da economia, Beringuy, do IBGE, destacou a queda de 0,2% sobre o terceiro trimestre na ocupação do setor de comércio, o equivalente à redução de 45 mil pessoas, e a perda de 1,1% no setor de outros serviços, ou 59 mil trabalhadores a menos.
O Banco Central interrompeu no ano passado um longo e intenso ciclo de aperto monetário que, em sua batalha para controlar a alta dos preços e segurar as expectativas de inflação, elevou a taxa básica de juros do menor nível histórico de 2% para o nível atual de 13,75%.