Diante de fortes críticas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos níveis da taxa de juros e das metas de inflação, o mercado financeiro especulava que o governo poderia eventualmente elevar a meta de inflação em uma tentativa de criar espaço para a redução mais acelerada da taxa de juros.
A expectativa de que essa decisão viesse na primeira reunião do CMN do ano — que vinha pressionando o câmbio e, em menor intensidade, as ações — já havia perdido força esta semana depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou que o tema estivesse na pauta da reunião do colegiado, a quem cabe fixar as metas anualmente, em decisão que normalmente acontece em junho.
O CMN é atualmente composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Depois de dias de conflito com o BC, a ordem no governo é baixar a temperatura e deixar o assunto fora do Palácio do Planalto, uma posição que Lula vem sendo convencido a abraçar e que já adota desde a viagem aos EUA na semana passada, apontaram fontes ouvidas pela Reuters.
Em entrevista à CNN Brasil hoje (16), Lula disse não querer brigar com o presidente do BC, mas ressaltou que Campos Neto precisa saber que “neste país a gente tem que governar para as pessoas que mais necessitam”.