Embora o dia tenha sido de acomodação, com os investidores globais em busca de ativos mais arriscados após o impacto da falência de dois bancos nos EUA, o ambiente de incerteza segurou uma queda maior do dólar no Brasil.
O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,2577 reais, em baixa de 0,21%.
“Estamos vivendo em um ambiente de incerteza. Na segunda-feira, o dólar subiu bastante, pressionado pela questão da quebra dos bancos nos EUA. Nesta terça-feira, ele se ajustou”, comentou a economista Cristiane Quartaroli, do Banco Ourinvest.
Este ajuste técnico, lembrou o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel, não permitiu que o dólar à vista se afastasse dos 5,25 reais. “A instabilidade internacional faz com que as taxas fiquem em níveis altos. O mercado está em compasso de espera”, comentou.
Esta cautela foi percebida também no mercado futuro – o mais líquido no país e, no limite, o que conduz os negócios com a moeda à vista. O dólar para abril oscilou perto da estabilidade durante boa parte da sessão.
Além dos fatores externos, as mesas de operação no Brasil aguardam a apresentação do novo arcabouço fiscal, previsto para este mês.
Na tarde desta terça-feira, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a Junta Orçamentária deve se reunir ainda esta semana para iniciar a análise de proposta do governo para o novo arcabouço fiscal. A junta é formada pelos ministros da Casa Civil, Fazenda, Planejamento e Gestão e outros integrantes da equipe econômica.
Profissionais ouvidos pela Reuters comentaram que, sem o detalhamento do novo arcabouço, os investidores evitam mudar de forma radical suas posições no mercado futuro.
Pela manhã, o Banco Central vendeu 14.785 contratos de swap cambial ofertados para a rolagem dos vencimentos de abril.