Melhores insights de um evento que custa R$ 25 mil por dia

31 de março de 2023

Nessa semana, eu fui em um evento de um dia (na verdade 10 horas), que custa nada mais, nada menos, do que R$ 25 mil. Você provavelmente pensou: tá, e eu com isso? Eu explico: vou trazer os melhores insights e as ideias aplicáveis que eu mais gostei, para que você já possa colocar em prática no seu negócio ou no seu lado profissional, se você não empreender.

Antes de listar os insights, eu queria te explicar porque tratei disso nesta coluna. Grande parte do meu propósito é ajudar as pessoas a viver melhor. Se tenho a honra de ter este espaço, então é minha obrigação cumprir a esse propósito. A maioria das pessoas não tem dinheiro para pagar a entrada em um evento como esse, por mais que ela queira ir e saiba que poderia mudar seu jogo. Como tenho esse espaço, posso te transmitir ensinamentos valiosos.

Esse evento foi ministrado pelo Flávio Augusto, pelo Caio Carneiro e pelo Joel Jota. Se você é uma pessoa inteirada no mundo de negócios, já deve ter ouvido falar neles. Eu mesma já sabia o que cada um falava, sua área de atuação e era familiarizada com o conteúdo e ideias que eram transmitidas nas redes. Ou seja, eu tinha uma expectativa do evento baseada nesse conhecimento prévio. Porém, na metade do evento, eu olhei para o Luan (meu marido), e falei “Amor, é simplesmente MUITO melhor do que a gente pensou, né?”, porque a sensação foi essa.

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Sem mais delongas, vamos aos insights e uma breve explicação sobre cada um deles. Prepara aí o papel e a caneta e já começa a anotar, porque essas dicas valem muito (literalmente!).

O dinheiro mais bem gasto é o que economiza tempo.

Os empresários que estavam ali não estavam pagando para saber mais um ponto técnico relacionado às suas áreas de atuação. Eles estavam ali economizando tempo, para poder fazer avançar o que demoraria anos em menos tempo. Esse é o poder do conhecimento prático, ele funciona como a rota mais rápida e com menos chance de erro, para chegar no mesmo resultado.

De nada adianta ter a melhor semente com um solo ruim.

A sua ideia é a semente, e o solo é o modelo de negócios. Se você tiver uma ideia genial, mas um modelo de negócios ruim, acabou. Eu gravei um episódio do meu podcast (Isabela Matte Podcast) só sobre isso, caso você queira se aprofundar. O modelo de negócios é como se fosse o que está entre a sua ideia e o objetivo final da sua empresa, que no curto prazo será o lucro, depois a geração de valor e equity. Ele é a maneira que você vai transformar a sua ideia nessas três coisas.

Uma empresa deve nascer já pensando em equity.

Equity é, em palavras simples, o valor de uma empresa. Esse termo é utilizado quando uma empresa é vendida, abre seu capital (faz um IPO) ou participa de uma fusão. O equity está ligado ao balanço patrimonial. O que determina esse valor são vários fatores: modelo de negócios, receita gerada, margem de lucro, contingências (como trabalhistas e tributárias/fiscais), valor de marca, projeções de crescimento futuras, entre outros.

Se você cria uma empresa do zero, já pensando que ela será grande e precisa ter valor de mercado, você toma atitudes muito diferentes. Eu, por exemplo, não teria colocado meu nome em uma das minhas empresas. Teria focado desde o início no desenvolvimento de um modelo de negócios efetivo e de crescimento, ao invés de tentar sempre fazer tudo sozinha “do jeito que dava”.

Se for pra errar, que seja por excesso de vontade.

Caio falou sobre vendas, e achei essa frase muito interessante. Ele contou uma história de quando foi fazer sua primeira venda direta na empresa que começou, e seu supervisor deixou que ele comandasse a venda, enquanto ele ficaria só observando. Ele disse que estava tão animado, com tanta vontade de fechar a venda, que praticamente subiu no cliente, olhava no olho, cuspia na cara do cliente de tão perto que ficou, e, quando ele saiu de lá, o supervisor primeiro deu uma bronca nele, dizendo que ele precisava saber se conter, mas parabenizou porque a vontade que ele tinha era o que ia fazê-lo crescer apesar de tudo. Ou seja, se for para errar, que seja por excesso de vontade.

Você não precisa ter os melhores no seu time, você precisa ter os certos.

O Joel falou sobre pessoas e liderança, e eu amei essa frase, porque ela vai contra o senso comum e faz muito sentido. Você não precisa daqueles que são considerados os melhores no seu time, o que mais vale é serem os certos para os objetivos da empresa. O time precisa valorizar pessoas diferentes com o mesmo objetivo. Tem que ter a estrela, o soldado, o representante, o informante, o rebelde… Imagina num jogo de futebol, se todos fossem atacantes. Você acha que esse seria um time vencedor?

Os liderados não trabalham para o chefe, eles trabalham com o chefe.

Esse pensamento precisa mudar a sua forma de liderar as pessoas (mesmo que você só tenha um funcionário). As pessoas não trabalham para o chefe, elas trabalham com o chefe, para atingirem seus sonhos.

Os grandes empresários valorizam o networking (e os pequenos também deveriam).

Poucas pessoas sabem o poder de ser bem relacionado. Conhecer as pessoas certas te faz avançar mais rápido do que sozinho (ou com as pessoas erradas). Os empresários que estavam ali, em cada momento de pausa, conversavam, trocavam contatos e utilizavam aquele espaço para conhecerem outras pessoas que poderiam ajudar e ser ajudadas. A maioria das pessoas nem sabe como fazer networking porque são muito autocentradas (mas isso é tema para uma próxima coluna).

Aprenda com quem já fez.

O que mais vejo hoje, com a explosão do marketing digital e abertura de novas possibilidades através do digital, é que tem muita gente com sede de conhecimento, gente que quer crescer na vida, quer aprender e se aperfeiçoar como pessoa e profissional. E tem um outro grupo, que são pessoas que se aproveitam da fragilidade dessas primeiras para ganhar rios e rios de dinheiro.

A maioria dos infoprodutores não passam de meros vendedores de cursos. Não tem visão de negócio, não sabem uma vírgula a mais do que aquilo que vendem e não tem experiência prática na área. Escolha aprender com pessoas que viveram, estudaram, tiveram sucesso e SÓ DEPOIS resolveram te ensinar aquilo que elas aprenderam. Aprenda com quem tem lastro de sucesso e quem vive aquilo que ensina.

O digital não é opcional

Onde tem gente, tem transação. E não tem hoje um lugar que você consiga atingir mais gente do que no digital. Esse foi um ensinamento que os três falaram. Não existe mais a opção de não estar no digital. Absolutamente todo negócio ou profissional se beneficiará de um trabalho estratégico e bem feito no digital.

Quer se destacar e ter mais resultados? Então reavalie seu modelo de negócios e acrescente canais digitais, fortaleça sua presença online e analise o comportamento do seu potencial cliente dentro desse ambiente. Eu entendi isso há muitos anos, tanto que eu sempre tive negócios digitais, mas, hoje, com meu treinamento de empreendedorismo digital, eu vejo que a maioria das pessoas só está começando a abrir os olhos para o mar de oportunidades que estão à sua frente agora. Não dá mais para perder tempo.

Essa coluna, está um pouco diferente das outras, mas o objetivo é o mesmo: te ajudar a ser um profissional e pessoa melhor. Trazer dicas práticas para o seu negócio ter mais resultados e para você ter uma vida com mais poder de escolha. Espero que você goste e que ajude na sua jornada. Vejo você na semana que vem!

Isabela Matte tem 23 anos, é empreendedora, mãe, mentora e influenciadora digital. Criou seu primeiro negócio aos 12 anos, foi reconhecida em 2018, através do ranking Forbes Under 30, como uma das jovens mais influentes do país, e, além de liderar 3 empresas, já ajudou mais de 6 mil alunas a empreender. Dentre suas iniciativas, é fundadora e CEO da Isabela Matte e Isabela Matte Academy.

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