UBS mira aquisição de Credit Suisse em meio a temores de contágio bancário

19 de março de 2023
REUTERS/Arnd Wiegmann

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O banco suíço UBS ofereceu US$ 1 bilhão (R$ 5,28 bilhões) para adquirir o seu abalado concorrente Credit Suisse, um movimento que pode acalmar os temores de que uma crise em andamento no sistema bancário global, segundo comunicado divulgado na manhã deste domingo (19).

O Credit Suisse, com 167 anos de existência, é o maior nome envolvido na turbulência do mercado desencadeada pelo colapso dos bancos norte-americanos Silicon Valley Bank e Signature Bank na semana passada, durante a qual o banco suíço perdeu um quarto de seu valor de mercado.

Para controlar a crise, o UBS está sendo pressionado pelas autoridades suíças a realizar uma aquisição de seu rival local. O plano pode fazer com que o governo suíço ofereça uma garantia contra os riscos envolvidos, enquanto os negócios suíços do Credit Suisse podem ser desmembrados.

A oferta feita pelo UBS equivale a um preço de 0,25 francos suíços (R$ 1,43) por ação, valor 86,5% inferior ao preço de fechamento do papel na sexta-feira (17), de 1,86 fracos suíços (R$ 10,64). O UBS, o Credit Suisse e o regulador financeiro da Suíça, Finma, se recusaram a comentar o assunto à Reuters.

O Financial Times citou pessoas familiarizadas com o assunto dizendo que os envolvidos estavam correndo para finalizar a transação antes de segunda-feira (20).

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A negociação está em andamento, e não há garantia de que os termos não possam mudar ou mesmo que um acordo não seja alcançado, segundo o jornal norte-americano.

Gigante financeiro dos Estados Unidos, a BlackRock disse que não tem planos ou interesse em uma oferta rival pelo banco suíço, enquanto a Bloomberg noticiou que o Deutsche Bank estava analisando a possibilidade de comprar alguns dos ativos do banco.

O preço das ações do Credit Suisse oscilou amplamente durante a semana, e o banco foi forçado a recorrer a US$ 54 bilhões em financiamento do banco central.

O clima na Suíça, há muito considerado um ícone da estabilidade bancária, era de melancolia enquanto os executivos lutavam com o futuro dos maiores credores do país.

“Bancos em estresse permanente” era a manchete da primeira página do jornal Neue Zuercher Zeitung no sábado.