Os dados do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano, mais fracos que o esperado, contribuíram para o movimento.
Investidores que estão vendidos no mercado futuro de dólar (com apostas na queda da moeda) também aproveitaram o cenário para puxar as cotações para baixo, já que na sexta-feira (28) ocorre a disputa pela formação da Ptax de fim de mês — a taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que servirá de referência para a liquidação de derivativos no início de maio.
Na B3, às 17:47 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,46%, a R$ 4,97.
O dólar recuou durante toda a sessão ante o real, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também cedia ante outras divisas de países exportadores de commodities.
Por trás do movimento estava o otimismo dos investidores, após companhias como a norte-americana Meta, responsável pelo Facebook, os bancos europeus Deutsche Bank e Barclays e a seguradora chinesa Ping An Insurance Group divulgarem balanços considerados positivos.
“Essas renovadas mínimas de agora, que trouxe o dólar para abaixo da linha dos R$ 4,99, está refletindo uma busca por ativos de risco no mercado internacional”, avaliou durante a tarde Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.
“Além disso, acho que no front doméstico melhorou um pouco a percepção de risco fiscal no médio prazo, com a vitória do governo ontem (quarta-feira) no STJ.”
Na quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça deu ganho parcial ao governo em julgamento de conjunto de ações envolvendo benefícios tributários que, pelas contas da equipe econômica, têm impacto potencial de até R$ 90 bilhões por ano para os cofres federais.
Além dos balanços corporativos no exterior, os dados do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA, divulgados pela manhã, favoreceram a queda do dólar ante o real, pontuou economista André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online.
O PIB norte-americano subiu 1,1% no primeiro trimestre, mas a expectativa da pesquisa Reuters era de alta de 2%.
“A economia norte-americana continua crescendo em um ritmo menos intenso do que nos dois últimos trimestres, mas abaixo das expectativas”, pontuou Galhardo.
Duas fontes consultadas pela Reuters avaliaram ainda que a disputa pela Ptax de fim de mês já começou nesta quinta-feira (27), com os vendidos puxando as cotações para baixo.
Para Leonardo Monoli, diretor de gestão da Azimut Brasil Wealth Management, “neste momento não existe nenhum alinhamento de vetores que justifiquem posições compradas no dólar contra o real”.
“Temos a leitura de que os preços dos ativos brasileiros ficaram muito descontados”, acrescentou.
Às 17:47 (de Brasília), o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,10%, a 101,490.
Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de junho.