Ibovespa cai 0,50% pressionado por preço do minério de ferro; Vale cai 3,62%

24 de abril de 2023

Nesta segunda-feira (24), o Ibovespa caiu 0,50% a 103.846,11 pontos, totalizando um volume financeiro de R$ 17 bilhões. O pregão foi pressionado pela Vale (VALE3), que caiu 3,62% a R$ 71,96, após queda dos preços do minério de ferro na Ásia. Porém, os papéis das Petrobras (PETR4) limitavam as perdas do índice na esteira da valorização do petróleo e subiram 1,91% a R$ 27,20.

O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (24) elevou as perspectivas para o IPCA, principal termômetro para a inflação, em 0,03 ponto percentual, a 6,04%, acima do teto da meta oficial, de 4,75% para 2023 (considerando-se a tolerância de 1,5 ponto percentual). Para o PIB (Produto Interno Bruto), a estimativa de crescimento este ano melhorou em 0,06 ponto percentual, com expectativa agora de expansão de 0,96%.

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A pesquisa não mudou em relação às perspectivas para a Selic, taxa básica de juros, calculada em 12,50% no fim de 2023, e em 10,0% em 2024. Para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, agendada para os dias 2 e 3 de maio, a expectativa continua sendo de manutenção dos juros no atual patamar de 13,75%.

Nesta segunda (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou um discurso durante o fórum empresarial Portugal-Brasil para novamente criticar o atual patamar da taxa básica de juros. “Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem, é que a nossa taxa de juros é muito alta, é muito alta… Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%. Ninguém”, disse o presidente.

Destaques do dia

Entre as maiores quedas, a mineradora Vale (VALE3) teve o seu terceiro dia de queda consecutivo, pressionado pelo cenário externo. O minério de ferro caiu ao menor patamar intradiário em mais de quatro meses nas bolsas de Dalian e Cingapura, diante de fraca demanda por aço na China e sinalização de ampla oferta pelas principais mineradoras. As siderúrgicas também foram afetadas, com a Siderúrgica Nacional (CSNA3) recuando 3,30% e a Gerdau (GGBR4) caindo 2,90%.

Na ponta positiva, a Petrobras (PETR4) subiu acompanhando a valorização do petróleo Brent no exterior. Segundo Idean Alves, da Ação Brasil Investimentos: “a Petrobras ajudou a contrabalancear o índice por conta da alta no petróleo brent, e também por conta do aumento na exportação do petróleo bruto em mais de 3%, que demonstra apetite do mercado e aumento de receita”.

No exterior

Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 tiveram um dia de leve alta, subindo, respectivamente, 0,20% e 0,09%. Os investidores aguardam pela divulgação de mais dados econômicos nesta semana, incluindo leituras de inflação e do PIB americano, em busca de mais pistas sobre o próximo passo do Federal Reserve, que tem nova decisão de juros na semana que vem. A expectativa majoritária é de elevação de 0,25 ponto percentual na taxa básica.

Na Europa, os principais indices acionários fecharam estáveis, no início de uma semana repleta de balanços corporativos de alto perfil, enquanto os papéis da empresa holandesa de tecnologia de saúde Philips saltaram após fortes resultados do primeiro trimestre. Grandes bancos como Barclays Plc, Santander, Deutsche Bank AG, UBS Group e empresas de consumo como a Nestlé SA, Reckitt e Unilever Plc apresentarão seus balanços corporativos nesta semana.

Na Ásia, as ações da China caíram pela quarta sessão consecutiva, pressionadas por preocupações persistentes sobre a sustentabilidade da recuperação econômica, apesar das previsões mais otimistas de bancos globais. Os investidores estão olhando além dos balanços das empresas no primeiro trimestre em busca de sinais de que a economia chinesa está de fato em pé.

(Com Reuters)