“Está caminhando no sentido de um entendimento. De fato entendemos que até junho podemos conseguir chegar pelo menos a um acordo razoável”, afirmou Octávio de Lazari Junior, presidente do Bradesco, em entrevista a jornalistas após a publicação dos resultados de primeiro trimestre na noite da véspera.
“Pode não ser o melhor (acordo) para todos, mas pelo menos será o que é possível ser feito“, acrescentou o executivo, sem dar detalhes sobre as tratativas.
Na noite da véspera, o Bradesco divulgou queda de cerca de 37% no lucro líquido recorrente do primeiro trimestre sobre o mesmo período do ano passado, a R$ 4,28 bilhões, ainda pressionado em parte pelo crescimento da inadimplência, que chegou a 5,1% no final de março ante 4,3% no fim de 2022.
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Lazari afirmou, porém, que o pico da inadimplência do banco está próximo, mas que o resultado do segundo trimestre ainda será pressionado pelos calotes. Porém, ele avalia que os resultados do Bradesco devem começar a apresentar uma melhora “gradual” a partir do segundo semestre, após o banco ter assumido uma postura mais conservadora nas concessões de crédito.
Às 10h27, as ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) mostravam alta de cerca de 1% enquanto o Ibovespa avançava 0,75%.
Questionado sobre a crise bancária nos Estados Unidos, em que três bancos regionais entraram em colapso desde março, Lazari afirmou que não vê qualquer reflexo no Brasil.
“Não vejo nenhum risco de contaminação”, disse o executivo, citando uma regulação “extremamente mais rígida” do Banco Central, desenvolvida em anos anteriores após problemas em instituições financeiras do país.
“Ele é bem menor, tem uma carteira de crédito calcada no imobiliário, praticamente nenhuma inadimplência”, disse o presidente do Bradesco sobre a operação norte-americana, que tem sido utilizada pelo banco brasileiro para oferecer serviços para clientes de alta renda, como oferta de contas em dólares.