O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) recuou 0,15% em março em relação ao mês anterior, mostrou dado dessazonalizado do indicador que é um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), menos do que a expectativa em pesquisa da Reuters de uma retração de 0,30%.
Com isso, o IBC-Br fechou o primeiro trimestre com avanço de 2,41% na comparação com os três meses anteriores, mostrando vaivém no desempenho econômico ao longo dos primeiros meses do ano.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve em março alta de 5,46%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,31%, de acordo com números observados.
“Embora os detalhes do IBC-Br não sejam fornecidos pelo BC, estimamos que o desempenho positivo da atividade no primeiro trimestre deve-se a uma produção recorde de grãos na safra de verão 2022-23”, explicou Gabriel Couto, economista do Santander, elevando ligeiramente a projeção para o crescimento do PIB no primeiro trimestre para 1,2% ante os três meses anteriores, de 1,1% antes.
O IBGE divulga em 1° de junho os dados sobre o PIB no primeiro trimestre. No quarto trimestre de 2022 a economia brasileira sofreu queda de 0,2% sobre os três meses anteriores, de acordo com os dados do IBGE, mas ainda fechou o ano passado com crescimento de 2,9%.
Ao mesmo tempo, o setor de serviços brasileiro cresceu mais do que o esperado em março, 0,9%, enquanto as vendas varejistas surpreenderam com uma alta de 0,8% em relação ao mês anterior.
Com a taxa básica de juros Selic em 13,75% ao ano, a economia brasileira vem sentindo com mais intensidade os efeitos da política monetária restritiva, com setores industriais ligados ao crédito mais fortemente atingidos e endividamento elevado no país, além de uma desaceleração global.
Por outro lado, novas medidas de transferência de renda pelo governo devem dar alguma ajuda, junto com fortes resultados esperados do setor agrícola, ajudando a evitar uma desaceleração mais intensa do PIB.
O mercado prevê para este ano uma expansão do PIB de 1,02%, indo a 1,38% em 2024, de acordo com a pesquisa Focus mais recente.
Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a aprovação pelo Congresso de um novo arcabouço fiscal e da reforma tributária colocarão o Brasil em uma trajetória de crescimento acima da média mundial, estimando o crescimento da economia neste ano na casa de 2%, o que ele considerou baixo.
Duas fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o Ministério da Fazenda vai elevar sua projeção oficial para o crescimento do PIB este ano para 1,9%, de 1,6% estimado em março.