O Nubank, maior banco digital da América Latina, divulgou nesta segunda-feira (15) um lucro líquido de US$ 142 milhões para o primeiro trimestre, superando resultado negativo de US$ 45,1 milhões no mesmo período do ano passado, em meio a uma forte expansão de sua base de clientes na região.
No Brasil, maior mercado do Nubank, o lucro líquido ajustado foi de US$ 200 milhões no primeiro trimestre. Com índice de rentabilidade sobre patrimônio (ROE) ajustado de 43%
Já a inadimplência subiu. O índice de operações vencidas há mais de 90 dias no trimestre foi de 5,5%, patamar classificado pelo banco em comentários à imprensa como dentro das expectativas dada a sazonalidade do período. No final de 2022, o índice era de 5,2%.
“A inadimplência está bastante controlada”, disse o presidente-executivo e um dos fundadores do Nubank, David Vélez, citando o efeito sazonal do primeiro trimestre no Brasil, em que os clientes ficam pressionados por pagamentos de impostos e de dívidas de final de ano.
Questionado sobre eventual impacto para o grupo da crise bancária nos Estados Unidos, Vélez afirmou que “não temos visto nenhum efeito. O trimestre foi muito forte, acima de qualquer expectativa”, disse o executivo. “Sobre depósitos, não vimos nenhum tipo de mudança”, acrescentou.
O Nubank teve receita líquida recorde de US$ 1,6 bilhão, quase o dobro de um ano antes.
“Isso ocorre como resultado de um efeito composto do crescimento no número de clientes e os níveis mais altos de monetização de clientes no Brasil, que responderam sozinhos por US$ 1,5 bilhão das receitas do trimestre”, afirmou a companhia.
Vélez afirmou que o Nubank segue focando suas operações no Brasil.
No México, onde o grupo começou a oferecer contas correntes no final do ano passado, o Nubank abriu mais de 500 mil contas até agora.
“Lá, é uma combinação de um mercado mais preparado para neobancos e o fato de já termos uma marca sólida”, disse o executivo. No início da operação no Brasil, o mesmo patamar foi atingido após quatro meses, segundo o banco digital.
Questionado sobre aquisições, Vélez mencionou que um cenário de juros elevados e redução de liquidez facilita compras de empresas iniciantes. “Estamos olhando para Brasil, México e Colômbia, faz sentido quando tem menos capital disponível para startups. Mas no geral, gostamos de crescer organicamente”, disse o executivo, descartando eventual interesse no mexicano Banamex, que está sendo vendido pelo Citi.