Aquecimento global pode custar US$ 100 bilhões para economia americana

24 de julho de 2023
Surasak Suwanmake/Getty Images

Ondas de calor excessivo estão em vigor em partes da Califórnia, Nevada e Arizona.

O calor extremo nos Estados Unidos está causando impactos significativos tanto na segurança e no bem-estar do público quanto na economia e na infraestrutura. As altas temperaturas são a principal causa de mortes relacionada ao clima no país, com estimativas de 702 vítimas por ano. Além disso, o calor deste verão resultará em cerca de US$ 1 bilhão (R$ 4,7 bilhões) em custos relacionados à saúde e aproximadamente US$ 100 bilhões (R$ 476,9 bilhões) em prejuízos.

Ondas de calor excessivo estão ocorrendo em partes da Califórnia, Nevada e Arizona, onde as temperaturas médias estão acima de 37,7 ºC. Avisos de calor também foram emitidos em condados do Novo México, Texas e Flórida, e a região nordeste também não está isenta, tendo sido registrado um novo recorde de temperatura – 32,7 ºC – no Central Park, em Nova York, no início deste mês. Tudo isso ocorre enquanto os recordes de calor globais são estabelecidos.

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Além do impacto do calor extremo na segurança e bem-estar do público, empresas e municípios também sofrem perdas e danos devido às altas temperaturas.

Explosão nas estradas

Um dos impactos mais perceptíveis é o efeito na infraestrutura. As estradas são particularmente vulneráveis a deformações em altas temperaturas.

Recentes pesquisas descobriram que o concreto é vulnerável ao calor extremo e pode literalmente explodir. À medida que a água no concreto aquece, ela se vaporiza e fica presa. O concreto fica pressurizado a ponto de explodir, liberando a energia acumulada. Esse fenômeno não é incomum. Durante uma onda de calor em Kansas City  há alguns anos, a cidade teve ocorrências de explosões de concreto nas estradas, e o Departamento de Transporte do Missouri alertou os motoristas para ficarem atentos.

Voos cancelados

Aeroportos e aviões também sofrem com temperaturas extremas, e não é incomum que as aeronaves fiquem em solo no Aeroporto de Phoenix. Além de potencialmente danificar as pistas de pouso, temperaturas extremas diminuem a densidade do ar, dificultando os voos. As aeronaves com passageiros ou carga pesada têm mais dificuldade em decolar. Em 2017, a American Airlines cancelou 40 voos em Phoenix quando as temperaturas atingiram 48,9 ºC. Isso pode ser um incômodo para os viajantes e pode colocar uma pressão adicional nas cadeias de suprimentos.

Interrupções no petróleo, gás e eletricidade

O setor de petróleo e gás também é afetado, tanto na exploração quanto na distribuição. O calor intenso dificulta a atividade das refinarias, afetando as pressões operacionais e o fluxo de líquidos nas tubulações necessárias para que elas funcionem com capacidade total, além de poder limitar o fornecimento de eletricidade que as refinarias precisam para operar.