A oferta da companhia elétrica envolve a venda de 229.886.000 ações na tranche primária, e de 319.285.000 ações detidas pelo governo paranaense.
A companhia estimou que o “follow on” pode movimentar até 4,96 bilhões de reais, considerando a colocação de um lote suplementar de 15% do total de ações, e com base no preço de 7,85 reais de sua ação no fechamento do dia 24 de julho.
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A precificação das ações da Copel na operação foi marcada para o dia 8 de agosto.
No entanto, a empresa destacou que o processo de “bookbuilding” não será concluído sem que haja aval do TCU sobre o bônus de outorga a ser pago pela Copel para renovação de concessões de três usinas hidrelétricas.
“Caso o TCU, ao concluir a análise…, se manifeste no sentido de não aprovar os termos definidos na portaria interministerial, inclusive no sentido de determinar alteração relevante nos valores do bônus de outorga, a oferta não será concluída”, diz o prospecto preliminar.
O ministro disse que poderia trazer o caso novamente ao plenário antes do prazo regimental de 30 dias, que encerra no início de agosto. Por ora, o processo não entrou na pauta de julgamento do TCU desta quarta-feira.
Apesar do risco apontado no prospecto, uma fonte próxima à companhia considerou que o caso no TCU não é complexo, uma vez que se trata apenas da aprovação de um cálculo feito com base em premissas já utilizadas em renovações precedentes.
Mesmo que a análise do TCU não seja sobre a oferta de privatização em si, ela é considerada importante para a operação, uma vez que a companhia busca levantar recursos na emissão primária para fazer frente a esse pagamento bilionário.
A companhia vem correndo para concluir esse processo até o fim deste ano, quando expira o prazo para que ela prossiga com a renovação de Foz do Areia, seu maior ativo de geração.
Se a Copel continuasse estatal, teria que renovar a concessão de sua principal hidrelétrica sob regras menos favoráveis, possivelmente tendo que vender o controle do ativo.
Mesmo caminho da Eletrobras
A desestatização da Copel foi inspirada nos moldes da operação da Eletrobras (ELET3), privatizada em junho do ano passado, em uma oferta que movimentou mais de 30 bilhões de reais, com a transformação da empresa em uma “corporation”, sem controle definido, e diluição da fatia da União no capital.
A privatização da Copel, que tem gerado forte oposição entre parlamentares locais, principalmente do PT, é uma das últimas do setor elétrico brasileiro. Entre as grandes empresas do setor, restam como estatais a mineira Cemig e a catarinense Celesc.