Empresário prevê faturar R$ 20 milhões com camarotes de luxo nos estádios

6 de julho de 2023
Divulgação

Leonardo Rizzo, CEO e fundador da Soccer Hospitality

Nascido em Minas, ainda na infância o empresário Leonardo Rizzo se mudou com a família para São Paulo, onde se formou em educação física. “Graças a Deus, nunca exerci”, diz. “Se eu tivesse ficado na área, não teria conquistado metade do que tenho hoje”, completa.

Boa parte do que Rizzo conquistou veio da Soccer Hospitality, sua empresa de camarotes temáticos esportivos. Com mais de 8 anos, a companhia comanda espaços VIP dos principais estádios de São Paulo e está expandindo suas operações para outras regiões do país. Até o fim de 2023, a expectativa é faturar R$ 20 milhões.

Rizzo começou a trabalhar com recreação e entretenimento aos 18 anos, quando conseguiu um estágio em uma empresa de acampamentos infantis. Dois anos depois ele abriu sua primeira empresa, a Cia do Rizzo, que fazia comemorações de luxo para crianças.

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O empresário chegou a fazer 15 festas por fim de semana. “Eu inventava milk shakes diferentes, atrativos para as crianças, e as bebidas começaram a chamar a atenção dos adultos também”, diz. “Comecei a migrar para a mesa dos mais velhos e fui chamado para festas de aniversário e eventos corporativos”, completa. Ele acabou criando mais uma empresa, desta vez de coquetelaria. Fez mais de mil casamentos e diversas formaturas.

Durante um desses eventos, ainda em 2008, encontrou a pessoa que o levaria para o futebol. “Conheci um diretor da Federação Paulista de Futebol em um dos eventos e ele me chamou para fazer uma comemoração na Federação com os coquetéis”, afirma. “Em pouco tempo, ele já estava me levando para todos os camarotes dos estádios”, completa.

Conforme conhecia os camarotes, Rizzo passou a sugerir melhorias nos espaços. “Em 2010, eu organizei o catering da sala de imprensa da Copa do Mundo da África. Para mim foi o auge. Em 2014 eu esperava planejar a Copa no Brasil, mas fiquei fora de tudo. Foi um balde de água fria”, lamenta.

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Foi nessa época que Rizzo teve a ideia de criar a Soccer Hospitality, pensando que ele teria de criar um conceito próprio de camarotes para se destacar no mercado. Ele mesclou características brasileiras e internacionais para lançar no estádio do São Paulo, o Morumbi, o seu primeiro camarote. O espaço se chamou Pub & Poker e foi construído com patrocínio da Jack Daniel’s.

Em pouco tempo, a empresa inaugurou espaços parecidos no Allianz Parque, do Palmeiras, e na Neo Química Arena, do Corinthians. Com o modelo ganhando destaque, empresas como Ambev, Cepera e Gilette também passaram a patrocinar os camarotes.

Rizzo começou a ser convidado para ser sócio dos clubes nos camarotes, dividindo as receitas dos espaços. Com o sucesso do modelo, os clubes foram pedindo por camarotes cada vez maiores. Até que chegou a pandemia.

Onde tudo quase acabou

Rizzo fala com voz embargada quando lembra o início da pandemia. “Eu fui dormir com contratos assinados e ingressos vendidos para os novos camarotes, e acordei com todos os jogos cancelados. Achei que tudo iria para o buraco. Foram 18 meses sem ter o que vender e tendo de pagar quase 200 funcionários”, afirma.

A saída foi vender milhares de ingressos solidários. Essas entradas poderiam ser utilizadas quando os eventos voltassem ao normal, o que ocorreu até o fim de 2022. Isso preservou os empregos e permitiu a Rizzo manter a companhia.

Nesse período, ele retomou obras de camarotes contratadas antes da pandemia. O primeiro a ser inaugurado é o Camarote do Ídolos, no Morumbi, com capacidade para 1,2 mil pessoas. O segundo foi o FielZone, na Neo Química Arena. Juntos, eles consumiram investimentos de cerca de R$ 5 milhões. Apesar do sufoco, a empresa conseguiu faturar R$ 14 milhões em 2021.

Dali em diante, os projetos não pararam. Foi lançado o camarote na Vila Belmiro, casa do Santos, outro no estádio do Náutico, em Recife. Há pouco tempo, a Soccer entrou no futebol carioca adquirindo um espaço no estádio Nilton Santos, casa do Botafogo, com um investimento de mais de R$ 2 milhões.

“Estamos recebendo ligações de clubes de todo o país”, diz. “Já estamos desenvolvendo um modelo de franquia, que deve ser lançado em cinco anos, para conseguir atender a demanda”, completa Rizzo.

Hoje, o negócio representa aproximadamente 12% do faturamento dos jogos nos estádios, contando com uma ocupação média de 90%, que representa em torno de 3,4 mil pessoas por semana. Com os shows previstos para os próximos anos, a expectativa é que o faturamento dobre em 2024, chegando a R$ 40 milhões.