Ibovespa abre em queda na expectativa da ata do Federal Reserve

5 de julho de 2023

O Ibovespa opera em queda de 0,32% na abertura do pregão desta quarta-feira (05), a 118.690 pontos perto das 10h10, horário de Brasília. Os investidores devem acompanhar de perto a divulgação da ata do Federal Reserve, que poderá trazer novidades sobre a pausa e uma possível retomada do ciclo de alta de juros por lá. No Brasil, a expectativa fica em torno do PMI composto e de serviços de junho.

O dólar avançava 0,25% ante o real por volta das 10h10. A moeda era negociada a R$ 4,8523.

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O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil subiu em junho e atingiu o maior nível em oito meses, mas ainda sugere cautela, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 2,2 pontos em junho e foi a 76,8 pontos, maior nível desde outubro de 2022 (79,8 pontos).

“A alta de junho do IAEmp compensa as quedas dos últimos dois meses, mas não se afasta muito do patamar de 75 pontos que vem oscilando desde a virada para 2023. Esse resultado sugere que ainda existe cautela sobre o retorno a uma trajetória mais favorável do mercado de trabalho nos próximos meses, mas pode ser um primeiro sinal positivo”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

Em Brasília, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, reiterou nesta quarta-feira sua intenção de votar na Casa a proposta que retoma o voto de qualidade do governo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o novo marco fiscal e a reforma tributária até sexta-feira.

Na noite de terça-feira (4), o economista Gabriel Galípolo, ex-número 2 do Ministério da Fazenda, foi aprovado pelo Senado para assumir a diretoria de Política Monetária do Banco Central, por 39 votos a 12, e já deve participar da próxima reunião do Copom, em agosto, quando a expectativa é de corte de juros.

Mercados internacionais

Nos Estados Unidos, os investidores estão ansiosos pela divulgação da ata do Fed, que acontecerá nesta quarta-feira. O documento provavelmente mostrará um debate ativo entre as autoridades que ainda parecem inclinadas a defender mais ações para controlar a inflação.

Os membros do banco central dos Estados Unidos passaram as últimas três semanas esboçando suas perspectivas de política monetária. Autoridades importantes, como o chair do Fed, Jerome Powell, apontaram para as previsões divulgadas naquela reunião, indicando que um aperto de 0,5 ponto percentual a mais neste ano ainda está em jogo.

Na Ásia, a atividade de serviços da China expandiu no ritmo mais lento em cinco meses em junho, mostrou uma pesquisa do setor privado nesta quarta-feira, com o enfraquecimento da demanda pesando sobre a recuperação pós-pandemia.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços do Caixin/S&P Global caiu para 53,9 em junho, de 57,1 em maio, a leitura mais baixa desde janeiro, quando o Covid-19 varreu o país depois que as autoridades abandonaram as restrições contra o vírus. A marca de 50 pontos separa a expansão da contração da atividade.

A notícia fez as ações fecharem o dia em baixa, enquanto a escalada das tensões sino-americanas continuou prejudicando o sentimento dos investidores.

O Hang Seng, de Hong Kong, desvalorizou 1,57%; e o BSE Sensex, de Mumbai, fechou o dia em queda de 0,05%. Já na China continental, o índice Shanghai perdeu 0,69%; e no Japão, o índice Nikkei recuou 0,25%.

Na Europa, a atividade empresarial da zona do euro entrou em território de contração no mês passado em meio a uma desaceleração generalizada no setor de serviços e um declínio cada vez maior da produção industrial, mostrou uma pesquisa.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto final do HCOB, compilado pela S&P Global, que é visto como um bom indicador da saúde econômica geral, caiu para 49,9 em junho, ante 52,8 em maio.
Por lá, os preços ao produtor caíram pelo quinto mês consecutivo em maio e ficaram abaixo do resultado do ano anterior pela primeira vez desde o final de 2020.

Além disso, os consumidores da zona do euro reduziram novamente em maio suas expectativas de inflação para os 12 meses à frente, embora ainda vejam alta dos preços mais forte do que o Banco Central Europeu (BCE) gostaria nos próximos anos, mostrou uma nova pesquisa do BCE divulgada nesta quarta-feira.

O Stoxx 600 perdia 0,59%; na Alemanha, o DAX cai 0,61%; o CAC 40 em queda de 0,62% na França; na Itália, o FTSE MIB recua 0,25%; enquanto o FTSE 100 tem desvalorização de 0,56% no Reino Unido.

(Com Reuters)