Messi faz sua estreia em Miami para mudar de vez a história do futebol nos EUA
Paula Bezerra de Mello, em Miami (EUA)
21 de julho de 2023
Getty Images
Lionel Messi em treino do Inter Miami em 18 de julho
7.21.23. É assim que a data de hoje aparece estampada na contracapa do “The New York Times”, ao lado da inconfundível imagem das costas do astro argentino campeão mundial Lionel Messi com a camisa número 10 do Inter Miami. Hoje é um dia histórico para o futebol, e a cidade de Miami vibra com a novidade. Mas, para o ex-jogador inglês e hoje executivo David Beckham, contratar o melhor jogador de futebol do mundo e revolucionar a modalidade nos Estados Unidos é um sonho antigo.
Em 2007, Beckham trocou o Real Madrid pelo LA Galaxy, um movimento inusitado que fez todo mundo pensar: porque o meia, no auge de sua carreira, trocaria o maior clube do mundo pela pouco conhecida Major League Soccer, que organiza o campeonato norte-americano? O contrato teria a duração de cinco anos, e embora o valor fosse expressivo para a liga dos EUA, os ganhos salariais eram modestos para os padrões europeus da época.
Mas o grande diferencial – além da cláusula que o dava direito a uma porcentagem dos lucros do time – era a possibilidade do jogador inglês adquirir uma franquia da liga americana no ato da sua aposentadoria pelo valor congelado de US$ 25 milhões, o que acabou por convencê-lo a aceitar o histórico projeto de expandir a marca MLS. Em fevereiro de 2014, Beckham anunciou seu desejo de comprar um time na cidade de Miami.
Quase uma década depois, o Inter Miami é avaliado em US$ 600 milhões, segundo estimativas da Forbes. O bilionário magnata da construção Jorge Mas, seu irmão José Mas e David Beckham estão entre os proprietários do time, que ainda hoje se prepara para fazer história na MLS com a primeira participação de Lionel Messi defendendo as suas cores – juntamente com outra contratação de peso, o espanhol Sergio Busquets – na partida contra o Cruz Azul, pela Friday’s Leagues Cup.
Para que essa realidade fosse possível, o time de Jorge Mas fez uma proposta entre 50 e 60 milhões de euros anuais para o argentino, acrescida de porcentagem de participação dos lucros da Adidas, da Apple – que é dona dos direitos de TV da liga – e o direito de ser acionista do Inter Miami após sua aposentadoria, tal como outrora ocorreu com Beckham, atual sócio da franquia.
Estima-se que cerca de 3,5 bilhões de pessoas tenham assistido ao evento de apresentação de Messi, no último domingo (16), pelo no livestream da Apple TV. Além da audiência histórica, é impressionante o impacto da vinda do craque argentino no clima da cidade. Mais de 70% da população de Miami se identifica como hispânico-latino: espanhol é amplamente considerado o primeiro idioma da região.
Aqui, Leo Messi é herói nacional. Um mural gigantesco do artista argentino Maxi Bagnasco com a imagem de Messi ocupa uma das principais esquinas de Wynwood. Nas ruas, crianças e adultos desfilam como nunca a agora clássica camisa rosa do time, além de inúmeras camisas número 10 da seleção argentina. Em questão de dias, o instagram do Inter Miami alcançou 9 milhões de novos usuários.
O jogo será transmitido ao vivo pela Apple TV a partir das 21h (horário de Brasília).
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