BC da Argentina desvaloriza peso e aumenta taxa básica de juros para 118%

14 de agosto de 2023
Foto: Maxi Gagliano/ Pexels

A autoridade monetária da Argentina decidiu elevar a taxa básica de juros em 21 pontos básicos, para 118% ao ano

O banco central da Argentina desvalorizou nesta segunda-feira (14) o peso em 17,9% e fixou a taxa de câmbio em 350 por dólar até a eleição geral de outubro, disse à Reuters uma fonte oficial em informações ratificadas pela mídia eletrônica, depois da inesperada vitória da ultradireita nas eleições primárias.

A autoridade monetária decidiu também elevar a taxa básica de juros em 21 pontos básicos, para 118% ao ano, de acordo com comunicado oficial.

“A autoridade monetária entende ser conveniente readequar o nível das taxas de juros dos instrumentos de regulação monetária, em linha com a recalibragem do nível do tipo de câmbio oficial”, explicou o BC.

“Isso, de forma a ancorar as expectativas cambiais e minimizar o grau de repasse aos preços, tende a retornos reais positivos sobre os investimentos em moeda local e a favorecer o acúmulo de reservas internacionais”, completou.

A taxa efetiva chega a 209%.

Há uma “desvalorização a 350 (pesos) e taxa de câmbio fixada até as eleições (gerais) e (foi decidido) aumento da taxa de juros de 21 pontos (básicos)”, disse a fonte, sob condição de anonimato.

O candidato ultraliberal Javier Milei, que deseja desmantelar o banco central e dolarizar a economia, abalou a corrida rumo às eleições presidenciais de outubro ao superar em muito as previsões obtendo cerca de 30% dos votos nas eleições primárias de domingo.

Esse resultado dá indícios claros sobre o que pode acontecer nas eleições gerais de outubro.

Os mercados reagiram com forte queda nos preços dos ativos e baixa a nível recorde do influente peso informal.

A terceira maior economia da América Latina tem lidado com uma grave crise econômica com inflação elevada e queda das reservas do banco central. As reservas brutas da entidade chegam a US$ 23,8 bilhões, mas as reservas líquidas, descontadas as obrigações, ultrapassam um saldo negativo de US$ 8 bilhões, segundo analistas privados.