Ibovespa abre em alta à espera da ata do FOMC

16 de agosto de 2023

Em um dia de agenda econômica mais fraca no Brasil, o Ibovespa começou as negociações desta quarta-feira (16) em alta. Os investidores estão atentos ao cenário político nacional e aguardam a divulgação da ata da última reunião do FOMC (Federal Open Market Committee), que deve fornecer perspectivas sobre as taxas de juros nos Estados Unidos. No entanto, o sentimento dos investidores ainda é afetado pelos dados econômicos decepcionantes da China.

Por volta das 10h20, o Ibovespa estava operando com um aumento de 0,15%, atingindo 116.207 pontos. Enquanto isso, o dólar estava em alta de 0,03%, sendo negociado a R$ 4,98.

No cenário político brasileiro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), comentou sobre as conversas relacionadas à aprovação do novo marco fiscal. Ele mencionou um “atropelo” nas discussões e um desentendimento com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas expressou a possibilidade de resolver a situação na próxima semana. Um dos pontos mais controversos está relacionado à mudança nas regras de cálculo da inflação, que influenciou as estimativas de cortes no Orçamento de 2024.

No âmbito corporativo, os investidores estão reagindo aos dados do Nubank. A fintech registrou um lucro líquido de 224,9 milhões de dólares no segundo trimestre do ano, revertendo o prejuízo de 29,9 milhões de dólares do ano anterior. Esse período foi marcado por um aumento nas receitas e na base de clientes da plataforma de serviços financeiros digitais. O lucro ajustado do Nubank atingiu 262,7 milhões de dólares, em comparação com 17 milhões de dólares no mesmo período de 2022, superando as projeções compiladas pela Refinitiv, que esperavam um lucro de 197,6 milhões de dólares.

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No contexto internacional, a ata da reunião do Federal Reserve realizada no mês anterior pode revelar quantos membros do comitê acreditam que o banco central dos Estados Unidos já concluiu o ciclo de aumento das taxas de juros e se os riscos potenciais para a economia devido à política monetária restritiva estão ganhando mais peso nas discussões. Na reunião realizada em 25 e 26 de julho, o Fed aumentou a taxa básica de juros para uma faixa entre 5,25% e 5,5%.

Crise imobiliária na China?

Além dos dados decepcionantes da China, os investidores estão acompanhando um novo capítulo em relação a uma possível crise imobiliária no país. De acordo com o jornal britânico Financial Times, entidades associadas ao conglomerado chinês Zhongzhi deixaram de realizar pagamentos, conforme relatado por diversos investidores, o que está gerando preocupações em relação ao setor de gestão de patrimônio do país e à sua exposição a um mercado imobiliário problemático.

A Zhongzhi, com sede em Pequim e fundada em 1995, transformou-se em uma empresa privada em expansão, com participações em uma variedade de setores, desde negócios financeiros até grupos de mineração.

Além disso, a empresa detém uma “participação estratégica” na Zhongrong International Trust, que na semana passada não efetuou os pagamentos de rendimentos de dois produtos. A Zhongrong historicamente tem sido uma importante fonte de financiamento para o setor imobiliário, que contribui com mais de um quarto da atividade econômica da China.

Europa

As preocupações com a inflação persistentemente alta no Reino Unido aumentaram nesta quarta-feira, uma vez que as principais medidas de aumento de preços monitoradas pelo Banco da Inglaterra não diminuíram em julho, apesar de uma queda acentuada na taxa geral de inflação.

A taxa anual de inflação ao consumidor caiu para 6,8% em comparação com os 7,9% registrados em junho, de acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais. Essa queda estava de acordo com as previsões do banco central e de uma pesquisa da Reuters com economistas, afastando ainda mais a taxa do pico de 11,1% observado em outubro.

Por outro lado, o setor industrial da zona do euro se recuperou em junho, proporcionando um pequeno impulso ao crescimento geral e encerrando o segundo trimestre com um tom positivo, conforme indicam os dados da Eurostat divulgados nesta quarta-feira.

A produção industrial nas 20 nações que usam o euro aumentou 0,5% no mês, superando as expectativas de um aumento de 0,2%. Ao mesmo tempo, o Produto Interno Bruto avançou 0,3% no segundo trimestre, mantendo-se inalterado em relação aos dados preliminares, conforme divulgado pela agência de estatísticas da União Europeia.

Confira os principais índices:

EUA (futuros):

Dow Jones: -0,12%
S&P 500: -0,46%
Nasdaq: -0,20%

Europa:

DAX (Frankfurt): -0,01%
FTSE100 (Londres): -0,60%
CAC 40 (Paris): -0,13%

Ásia:

Nikkei (Tóquio): -1,39%
Kospi (Coreia): -1,76%
Xangai (China): -0,82%

(Com Reuters)